“Argo” de Ben Affleck
Um dos Melhores do Ano… e o primeiro grande candidato aos Oscars de 2012!
Se há uns anos atrás (uns 7-8 alguém se atrevesse a afirmar que Ben Affleck se tornaria num cineasta de eleição – se quer num cineasta – seria levado por tolo ou idiota. E não seria para menos!
Também consequência da sua badalada relação com J-Lo mas, sobretudo, fruto de uma série de filmes indescritíveis (Daredevil, Gigle, Jersey Girl,…), o actor e argumentista de Good Will Hunting parecia totalmente perdido para a 7ª arte.
Hollywoodland terá marcado um ponto de viragem definitivo na sua carreira… e igualmente na sua imagem pública. Com Gone Baby Gone, até os mais críticos e sisudos tiveram de dar a mão à palmatória! Seguiu-se The Town, e a confirmação de um talento imenso atrás das câmaras que nem a sua presença como protagonista parecia abalar!
Argo eleva o seu estatuto para junto dos melhores da actualidade e quem sabe não lhe valerá uma nova nomeação aos Oscars?… desta vez como realizador!
É nesta patamar que a obra do actor/realizador do Massachusetts chegou. A cada novo desafio, um retrato ainda mais intenso e electrizante que deixa todos totalmente colados à cadeira!
O filme recupera uma das mais incríveis acções dos serviços secretos norte-americanos que fruto da sua extrema sensibilidade e relevância (até mesmo na actual conjuntura geo-política) foi mantida sob sigilo e classificada como segredo de Estado durante quase 20 anos!
No virar de década de 70 para a de 80 o Médio Oriente (já) era um local em constante tumulto, servindo muitas vezes como válvula de escape para a incessante tensão entre os EUA e a União Soviética. Afeganistão, Iraque, Irão, eram (como hoje) palcos de vastas campanhas militares e diplomáticas entre as duas facções que controlavam o Mundo.
É neste cenário de extrema tensão que revolucionários iranianos que haviam tomado o poder no seu país, invadem a embaixada norte-americana em Teerão, reivindicando o regresso do seu anterior presidente, exilado precisamente nos EUA.
Porém, 6 funcionários da embaixada conseguem escapar, refugiando-se na casa do Embaixador Canadiano. Durante vários meses, sem um fim à vista para os reféns mantidos na embaixada nem para os outros 6, a CIA tenta engendrar um plano para resgatar os seus homens.
Alarmados pela possibilidade dos revolucionários estarem a fechar o cerco sobre os seus homens, a CIA encarrega Tony Mendez (Affleck) de encontrar uma forma de resgatá-los.
É aí que nasce Argo, um filme totalmente falso mas que promete tornar-se bem real na hora de tirar do país estes 6 diplomatas.
Mesmo tratando-se de uma história verídica (mesmo que algumas partes mantidas em segredo durante vários anos) somos mantidos no limbo durante a maioria do filme. A incerteza e a tensão que Affleck emprega a cada cena, mantém-nos suspensos em cima da cadeira, enquanto tentamos prever o que se seguirá.
A recriação da época e do espaço (logicamente o filme não foi filmado no Irão) são, também, alvo de merecidos elogios, ajudando a transmitir uma autenticidade ainda maior ao filme, transferindo-nos a todos para um terreno inóspito
Por tudo isto e muito mais, Argo é verdadeiramente um filme de referência que figurará certamente nas listagens dos melhores do ano (vou-lhe reservar, desde já, uma lugar na minha!) e que promete 2h de… elevação!
Salvé Affleck!
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