“Cloud Atlas” de Tom Tykwer, Andy e Lana Wachowski,
Até ao momento o Melhor do Ano… e seguramente um dos 3 Melhores Filmes de 2012!
À partida parecia um projecto megalómano. Contar 6 histórias em simultâneo, recorrendo praticamente aos mesmos actores em todas elas (ainda que assumindo personagens distintas), pareceria no mínimo… confuso. Pior que isso era a “promessa” que tudo faria sentido, nem que fosse necessário esperar pelo último suspiro…
Os irmãos Wachowski uniram-se, então, ao alemão Tom Tykwer para apresentar uma obra que, choquem-se, está bem mais próximo da filosofia Matrix do que seria expectável!
Para além de fazerem cinema de qualidade e de contarem histórias cativantes, os irmãos, nascido na capital do Illinois, têm um prazer e um talento distintos para explorarem uma filosofia de vida (que envolve toda a humanidade) que não deixa ninguém indiferente!
Ficção-científica dirão muitos, pura antropologia apregoaram uns quantos!
A verdade é que a História tem a curiosa tendência de se repetir (já dizem os mais estudados) e o cinema apenas tem o condão de dramatizar e romancear essa realidade.
O Pacífico Sul em meados do século XIX, a Escócia do início do século XX, San Francisco na década de 70 do mesmo século, Londres actual (2012), Neo Soul algures no século XXII e um tempo longínquo (presumivelmente do século XXIV) algures no planeta, são os tempos e os espaços que enquadram as 6 histórias.
Em todas elas, o bem e o mal, a ganância e a ingenuidade, a opressão e a rebelião, a justiça e os injustos são elementos omnipresentes e decisivos. Durante quase 3h as histórias vão desenrolando-se em paralelo, e à medida que a intensidade e o dramatismo aumenta vamos desvendando a ligação entre todas elas.
Tom Hanks, Halle Berry, Jim Broadbent, Hugo Weaving, Jim Sturgess, Ben Whishaw, Xun Zhou, James D’Arcy, Hugh Grant e Susan Sarandon são (alguns) os principais intervenientes deste filme mosaico. Tudo está ligado… não tenhamos dúvidas!
E é um alívio (é mesmo essa a palavra!) e um encanto ver todas as peças deste imenso puzzle encaixarem na perfeição e revelarem uma imagem/um filme resplandecente!
É quase impossível de explicar, exigente de compreender e comovente de sentir.
É uma opinião pessoal, como todas as outras, mas há muitas anos que não se via nada assim no cinema!
Não consegui resistir a replicar esta imagem. No mínimo esclarecedora!
Ainda que não aconselhável a quem ainda não viu o filme…