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“Decisão de Risco (Flight)” de Robert Zemeckis


Alguns (provavelmente invejosos?) acusam Robert Zemeckis de ser um tarefeiro em Hollywood, i.e., um realizador sem visão própria que pega em filmes/argumentos de grande potencial e limita-se a transpô-los para a 7ª arte.

Tarefeiro ou não, a verdade é que o realizador de Forrest Gump, Cast Away ou Back to the Future apresenta uma folha impecável de filmes nas últimas décadas e não é fácil apontar-lhe um filme mais fraco. Independentemente do género, do objectivo (entretenimento ou artístico) ou do elenco (mais ou menos conhecido), Zemeckis tem o dom de cumprir, sem falhas, o propósito elementar de qualquer realizador, ou seja, “fazer bons filmes”!

Outro que há várias décadas segue, também, esse padrão é Denzel Washington. O segundo actor afro-americano a ganhar um Oscar® de Melhor Actor Principal transmite a cada novo desempenho a mesma qualidade e intensidade, fazendo de cada filme o seu mais recente cartão-de-visita para a alta-roda do cinema em Hollywood.
Neste Flight, com um empenho próprio de quem parece ter sempre algo a provar, o actor nascido em Vermont, New York volta a conquistar nova (e merecida) nomeação aos Oscars®, num retrato impecável de um (anti-)herói que está muito longe de ser uma personagem consensual!

Deambulando constantemente em torno de Whip Whitaker (Washington), a câmara de Zemeckis tenta perceber, em detalhe, quem é este Homem, para lá do piloto que salvou a vida de 96 pessoas!
De rajada vivemos o momento heróico(?) em que a mestria e ousadia de um veterano piloto de voos comerciais permitiu salvar a vida de quase todos a bordo. Aliás, a cena do acidente, é mais do que suficiente para justificar o bilhete de cinema, pelo valente arrepio da espinha que causa durante meia dúzia de minutos!
No entanto, a história de Whip é bem mais controversa e sensível do que se poderia, à partida, esperar.

Se Denzel é igual a si mesmo, existem mais 3 nomes a merecer referência.
John Godman, num papel quase de figurante, volta a conquistar-nos em apenas 2 segundos, em linha com o que já tinha feito em Argo ou Trouble with the Curve! O experiente actor parece longe das luzes da ribalta mas não dos grande momentos!
Don Cheadle, competentíssimo na sua função de tornar Whip numa figura intocável e inalcançável e, finalmente, Kelly Reilly que transmite ao protagonista precisamente o oposto, ou seja, uma humanidade e uma fragilidade comum a qualquer um de nós.

Um filme que vale pelos desempenhos, pela já referida cena e pela constatação de que os envolvidos não fazem filmes maus…. antes pelo contrário!

Gostei. (ponto)

Já agora, parabéns pelo título nacional! Muitas vezes somos críticos com a opções portuguesas mas, desta vez, até achamos que é MELHOR do que o original.

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