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“Guia Para um Final Feliz (Silver Linings Playbook)” de David O. Russell


Num Mundo (im)perfeito (mais neurótico mas sincero) Silver Linings Playbook arrebataria os 5 principais Oscars® (Filme, Realizador, Actriz, Actor e Argumento) e demonstraria, de uma vez por todas, que um filme para ganhar prémios (i.e. Oscars®) não precisa de ser pesado, dramático e deprimente!

Uma obra tão original como esta que em meros segundos pode-se arrancar a mais sonora gargalhada e de seguido causar-nos um arrebatador aperto no coração, jamais deveria ser julgado (leia-se, desvalorizada) pelo seu tom mais leve… antes pelo contrário!

David O. Russell, um dos mais brilhantes realizadores da nova vaga nova-iorquina, deu pela primeira vez nas vistas em 1999 com Three Kings (c/ George Clooney e Mark Wahlberg) que contava as desventuras de um grupo de militares norte-americanos em plena Guerra do Golfo. Seguiu-se, 5 anos mais tarde, o discreto I Heart Huckabees, até que em 2010, voltou para as luzes da ribalta graças a The Fighter, filme que conquistou ambos os prémios de representação nas categorias secundárias há 2 anos atrás, o público e a crítica!

Segue-se, na lista de reconhecimentos, a dupla de protagonistas. Bradley Cooper e Jennifer Lawrence – que dispensam apresentações! – , muito provavelmente os 2 actores mais in no momento em Hollywood, fogem totalmente à sua confort zone para se entregarem por completo a um projecto altamente arriscado. A química sente-se no primeiro momento e, mais importante ainda, é com elevada qualidade que cada um desempenha individualmente o seu papel. “De génios e de loucos (aparentemente) todos temos um pouco”! Nem mais…

Após passar 8 meses internado numa Clínica de Reabilitação para Doentes Mentais, Pat Solitano Jr. (Cooper) tenta voltar à sua vida normal, sob o tecto e responsabilidade dos seus pais (Jacki Weaver e Robert De Niro). No entanto, o problema que ele tenta superar é bem mais profundo do que todos querem reconhecer, e o processo será longo e bastante delicado.
É aí que entra Tiffany (Lawrence), também ela a atravessar uma fase difícil – ainda que com problemas bastante distintos dos de Pat. Juntos irão delinear um plano que permita afastá-los de perigos e tentações e reencontrar as alegrias da vida. O seu Guia, para um Final Feliz!

A primeira parte do filme é simplesmente BRILHANTE! A apresentação das personagens, do enredo e de todas as subtilezas que pontuam cada cena são de um requinte e de uma criatividade que nos deixam a todos desarmados! E o desenlace não lhe fica muito atrás. Por muito que se lhe possa apontar alguma previsibilidade num ou noutro detalhe, a verdade é que culminamos com “chave de ouro”, um filme que irá surpreender tudo e todos!

Há muito tempo que não víamos tanta franqueza e tanto conteúdo, como em alguns dos diálogos que assistimos neste filme. Sem meias palavras, rodeios ou falinhas mansas, as conversas iniciais entre Pat e Tiffany ficarão para sempre na memória de todos nós! Tamanha frontalidade, emotividade e naturalidade fazem com que a atracção (de nós pelo filme, ok?!) seja imediata e a partir daí, totalmente rendidos, resta-nos desfrutar do talento de todos os intervenientes!

Para matar saudades Bradley e Jennifer já têm marcado novo encontro na grande tela, ainda este ano. Será em Serena, um filme de época da autoria de Susanne Bier (a realizadora responsável por In a Better World – o filme dinamarquês que conquistou o Oscar® de Melhor Filme Estrangeiro, em 2010!).

E não valerá a pena começarmos a falar das sequelas de The Hangover ou de The Hunger Games, certo?

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