“Oz – O Grande e Poderoso (Oz: The Great and Powerful)” de Sam Raimi
74 anos depois de The Wizard of Oz, a Disney volta ao imaginário de L. Frank Baum para contar… como tudo começou!
Porém, pelas mãos de Sam Raimi, o aspeto gráfico sobrepõe-se à magia da história e dos sentimentos que conquistou gerações e gerações durante tantos e tantos anos!
O primeiro virtuosismo começa pela “entrada” a preto e branco (e num ecrã 4:3) onde se dá conta das vivências de Oscar Diggs (James Franco) pelo Oeste norte-americano, ou direi pelo Kansas!
Tudo isto para rapidamente nos transportar para a magnânima Oz, terra de cor, ilusão e onde o 3D pode ser aproveitado em todo o seu esplendor. Faz lembrar Avatar, se é que me faço entender!
Daí em diante in the Land of Oz tudo é mágico, tudo é luminoso, tudo é feito em proveito (e tirando proveito) dos mais evoluídos efeitos-especiais (ou CGI)!
Por ar, terra, água,… florestas, cidades, pântanos,… tesouros, porcelanas, esmeraldas,… e, obviamente, o mítico yellow brick road, tudo é um constante encanto para os olhos.
(In)felizmente, o cinema não se resume ao que se vê, é preciso, também, sentir… e neste aspeto Oz não chega a ser tão Grande e Poderoso como seria expectável!
Falta densidade a uma história e a algumas personagens que teriam tudo para nos encantar. Como li algures, Finley (o macaco) e a menina de porcelana serão as duas figuras mais humanas/emotivas do filme!
Theodora, Evanora e Glinda, interpretadas, respetivamente, por Mila Kunis, Rachel Weisz e Michelle Williams, parecem demasiado frágeis e intermitentes para se afigurarem como personagens credíveis e cativantes. A bruxa má, a boa e a assim-assim – sem qualquer ordem ou correspondência com a enumeração anterior – parecem saídas de um qualquer livro de contos infantis, perdendo-se em fait divers mais do que recorrentes no cinema das últimas décadas.
Já James Franco, confirma uma ideia que tenho do rapaz! Acho que ele tem mais jeito para fazer de mau, do que de bonzinho… e mais não digo!
Um tornado levará Oscar Diggs até uma terra que não é a sua, ou será? No mundo de Oz, o feiticeiro… de Oz, irá confirmar se ele aquele por que todos (ou todas!) esperam para libertá-los do domínio da malvada bruxa e voltar a trazer paz e alegria a um terra encantadora e mágica!
Na cidade esmeralda e ao longo da estrada dos tijolos amarelos, um pitoresco grupo de amigos irá esgrimir argumentos, desvendar segredos antigos e tentar decidir que está do seu lado.
Mas, mais importante do que isso, Oscar irá, igualmente, conhecer-se um pouco melhor!
Obrigatoriamente este Oz faz lembrar Alice in Wonderland porém, Franco não é Johnny Depp e Raimi não chega a ser Tim Burton.
Somos praticamente engolidos por um mundo diferente, cativante e visualmente atrativo mas que não consegue construir uma história que convença um espetador com mais de 15 anos.
Ficamos com uma bela história para crianças e jovens… mas afinal Dorothy (ou O Feiticeiro de Oz) também não o era?