“O Grande Gatsby (The Great Gatsby)” de Baz Luhrmann
Um dos meus grandes desgostos cinematográficos é não ter tido a clarividência de ir ver Moulin Rouge ao cinema
A juventude tem destas coisas. Sou do tempo de ver Romeo + Juliet no cinema mas um qualquer preconceito, agora injustificável, não me permitiu ir ver a obra máxima de Baz Luhrmann… ai se arrependimento matasse!
Australia já faz parte do reportório do blog mas aí a relação com este The Great Gatsby já é mais fugaz.
A mais recente obra do realizador norte-americano adapta o eterno romance de F. Scott Fitzgerald sobre os míticos e turbulentos anos 20. Uma resplandecente e borbulhante New York é o palco perfeito para um retrato irónico e sádico sobre uma geração que viveu como poucas, como se pressentisse o que estaria para (lhe) acontecer.
Na sua componente visual, The Great Gatsby faz lembrar (e muito) a opulência de Moulin Rouge. Cor, movimento, ritmo, cenários, adereços e o mais ínfimo detalhe na construção de um mundo muito luhrmanno … e o Oscar para Direção Artística a caminho!
Já na sua vertente emocional, este Gasty faz-me lembrar mais Romeo do que Christian. A personagem de Ewan McGregor era bem mais um sonhador do que um sofredor. Já Romeo e Jay (curiosamente ambos interpretados por DiCarpio) perseguem, a todo o custo, o seu destino e a sua paixão, mesmo que isso implique uma dor injustificável.
Leonardo DiCaprio é, precisamente o meu fator de desconfiança perante este The Great Gatsby.
São muitos os louvores para com o desempenho do rapaz mas vejo-o demasiado próximo do seu Howard Hughes (em The Aviator). Muitos dos tiques, dos sonhos e do desespero acabam por ser demasiado comuns a ambas as personagens. O desempenho é (muito) bom, mas não é novo!
À parte do menino bonito, destaque para um Tobey Maguire seguro e coerente, um Joel Edgerton em grandíssimo nível e uma surpreendentemente séria Isla Fisher. Carey Mulligan continua frágil, doce, fiel e competente. Acho que começa a estar na altura da menina fazer um papel mais carismático para se perceber se há talento para outros voos.
De qualquer forma, este será sempre (mais) um filme de Baz Luhrmann. O realizador australiano continua o seu percurso imaculado. Como outros grandes (realizadores) antes de si, a utilização do 3D volta a ser uma mais-valia para o filme, demonstrando que a tecnologia pode MESMO revolucionar a 7ª arte. É verdade que faltou “aquele momento tcharam” mas a tridimensionalidade está lá!
Nota final para a banda-sonora. Um reflexo preciso dos nossos dias e que curiosamente cai quem nem uma luva naquele universo peculiar… quase 100 anos passados!
É uma obra deslumbrante mas que, confesso, não me tocou por ai além.
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Não consegui resistir!