“Dá & Leva (Pain & Gain)” de Michael Bay
Plena estupefação foi o que senti ao deparar-me, pela primeira vez, com o mais recente projeto de Michael Bay.
O homem responsável por grandes blockbusters como a trilogia Transformers, Bad Boys, Armageddon ou Pearl Harbor, seguia completamente na direção oposta, com um filme puramente louco, explícito e em que a única semelhança com os seus anteriores filmes residia precisamente… no nível de testosterona!
Depois de tanta fantasia e efeitos especiais, a indicação de tratar-se de um filme baseado em factos verídicos foi, porém, o argumento que faltava para garantir a minha nossa atenção! Só que ninguém nos preparou para ESTA realidade…
Não há outra forma de o dizer.
A história retratada por Bay é incrivelmente inacreditável. O percurso, raciocínio (se é que o podemos chamar assim), feitio e modus operandi de cada um dos envolvidos (agressores e vítimas) nesta louca viagem pelo mundo do crime e da musculação da Florida está muito para lá algo jamais visto no cinema!
Perante tamanha história, Bay assumi o arrebatador risco de apresentá-la como uma comédia negra negríssima!
A primeira meia hora – em que ainda não sabemos ao certo ao que vamos – vive sobretudo das interpretações (e do capado) de Mark Wahlberg e Anthony Mackie porque, simplesmente, não estamos habituados a tanta massa, aliada a tamanho talento.
A partir daí – com a entrada de The Rock – o percurso assemelhasse ao da mais vertiginosa montanha-russa do mundo, encadeando momentos assmbrosos uns atrás dos outros.
Até que chegamos ao desenlace… e voltamos a cair da dura realidade.
Fartos de ganhar a vida a transpirar no ginásio local, Daniel Lugo (Mark), Adrian Doorbal (Mackie) e Paul Doyle (Dwayne Johnson) engendram um tresloucado plano para extorquir dinheiro a um dos seus mais abastados clientes (Tony Shalhoub).
À medida que as coisas vão correndo mal ou bem (tanto faz!), o trio é obrigado a improvisar e nada nos pode preparar para o seu próximo passo!
Confesso que não faltaram momentos em que deu vontade de soltar uma sonora gargalhada, nem que fosse como forma de aliviar a tensão criada por mais uma doideira/idiotice daquelas. É que, realmente, há pessoas que conseguem superar (em muito!) aquilo que o normal ser humano consegue conceber como… normal incrível.
O único senão é que o próprio Bay parece deixar-se levar por tamanha loucura e acaba por perder o rumo… e deixar-nos cair, quase sem rede de segurança, num desenlace banal.
Algo comum nos filmes de Bay, certo?