“Trip de Família (We’re the Millers)” de Rawson Marshall Thurber
Pode parecer estranho (a nós “pareceu-nos”) mas o filme acaba por resultar.
Apesar do maior protagonismo assumido por Jason Sudeikis, o factor diferenciador acaba por recair nos ombros de Jennifer Aniston… e a verdade é que após muitos alguns equívocos, a atriz de Friends (para sempre a referência!) até nem se sai nada mal!
A ideia inicial tem tanto de criativa como de improvável. 4 estranhos (ou quase) juntam-se numa viagem ao México para contrabandear (e não traficar, ok?!) um bocadito de erva (marijuana?) como forma de ganhar um dinheirito… e passar o tempo.
Sudeikis é o mais experiente dos 4 no “negócio” e faz de “bom marido” e pai atencioso. Aniston é a “fiel esposa” e boa dona de casa. Will Poulter (que conhecemos no delicioso Son of Rambow) é o inocente “filho” e Emma Roberts a jovem donzela e irmã dele.
Na verdade – e pela mesma ordem – David é um quarentão solteirão especializado no pequeno tráfico e com uma diversificada carteira de clientes que se vê ameaçado pelo seu fornecedor e obrigado a um último trabalhinho. Rose é sua vizinha, uma stripper com princípios mas sem dinheiro. Para além de inocente e virgem, Kenny é um jovem de bom coração. Já Casey é bem mais vivida apesar de não ter um tecto para dormir.
Durante uma inesquecível viagem, do México até Denver, os 4 serão os Millers, uma família exemplo com uma caravana carregada de droga e muito mais em comum do que estariam à espera!
A parte dos bandidos não tem grande piada nem coerência, roçando a qualidade da típicas comédias norte-americanas para toda a família onde até uma singela mulher consegue desarmar um mafioso convicto. Mas, também, ninguém quer saber disso, certo?!
Tem os seus momentos hilariantes, a sua mensagem subtil, algumas ideias bem malucas e até um final que deixa em aberto uma possível sequela (renda, o filme, o dinheiro necessário para tal!). Nem todas (bem poucas, aliás!) as comédias norte-americanas se podem orgulhar do mesmo…
Gostei, bem mais do que o que estaria à espera.
Os atores acabam por funcionar muito bem, o realizador Rawson Marshall Thurber consegue manter o barco (i.e. o enredo) à tona, em termos de bom gosto, e apesar do previsível desenlace a história desenrola-se a um ritmo preciso.
É simpático, doce e lá entendi para que servem os chuveiros nas garagens de reparações de automóveis…
Ups!