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“Don Jon” de Joseph Gordon-Levitt


Apesar da tenra idade (e do apelido pomposo), Joseph Gordon-Levitt é já um nome de referência na 7ª arte. Depois de uma série de filmes mais juvenis, (500) Days of Summer marcou em definitivo um novo rumo na sua carreira.

Em 3 anos, encadeou filmes tão memoráveis como Inception, 50/50, The Dark Knight Rises, Looper e Lincoln… e agora estreia como realizador e argumentista! Há caminhos até ao estrelato, bem mais sinuosos que este.

Don Jon acaba por ser uma amálgama da (nova) imagem de Joseph. Não uma imagem de playboy exacerbado – entenda-se – mas de ator com um incomparável sentido de auto-gozo e humor (e amor) próprio. Acabamos por rir bastante do boneco criado pela rapaz mas, também, ficamos certos que ele próprio divertiu-se à grande a fazer o filme!

Don (Joseph) é o filho mais velho de descendentes italo-americanos com uma vida bem pacata e “simples”. O rapaz tem as suas prioridades bem organizadas e elas restringem-se a 8 itens essenciais: my body, my pad, my ride, my family, my church, my boys, my girls, and my porn” que é como quem diz “o Corpo, o Apartamento, o Carro, a Família, a Igreja, os Amigos, as Miúdas e a Pornografia”.
Porém, tudo parece mudar quando Don conhece Barbara (Scarlett Johansson), uma rapariga vistosa e… decidida! Até onde estará ele disposto a ceder, em prol desse amor?

A construção das personagens e do enredo principal é feito a um ritmo poderoso, deixando-nos altamente entretidos enquanto Don apresenta e questiona os seus 8 Mandamentos. O seu raciocínio e quotidiano é realmente hilariante, mesmo que por vezes alarmante, e não conseguimos deixar de sentir uma descarada empatia com o rapaz. Certo?

Não estaria à espera de um final previsível. Aliás isso seria totalmente contrário ao espírito introduzido no filme desde o início. No entanto, fica a sensação que a qualidade do filme – especialmente do enredo – vai decaindo pouco a pouco até ao desenlace final. Faltou a mesma irreverência que faz de Don Jon um filme pitoresco.

Joseph cumpre em pleno a sua parte ou não tivesse ele escrito um guião à medida das suas competências. Scarlett não se fica muito atrás. Coincidência, ou talvez não, o realizador/argumentista/protagonista foi perentório ao afirmar que o papel de Barbara foi escrito a pensar na atriz nova-iorquina. Tony Danza e Glenne Headly são uma lufada de ar fresco, como pai e mãe de Don. Falhou Julianne Moore? Não diria isso, de todo, mas há algo de ligeiramente desenquadrado na sua personagem.

É um filme que teria tudo muito para marcar uma geração mas que, ao invés, acaba por deixar um certo sabor a oportunidade perdida, especialmente depois de um começo auspicioso. Há talento no rapaz mas fica a ideia que apenas os anos o poderão tornar num cineasta.

Vai encontrar o seu público, com certeza!

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  1. Don Jon: 5*

    "Don Jon" é um filme único, com uma história bastante interessante…

    Cumprimentos, Frederico Daniel.

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