“Jogo de Risco (Runner, Runner)” de Brad Furman
Ben Affleck, Justin Timberlake e Gemma Arterton que belo cartão de visitas para um filme. Se fosse aos pontos o sucesso estava garantido!
Infelizmente, na prática, o filme tem 2 protagonistas e um “adereço” e é uma pena. É lógico que a falange masculina iria apreciar uma maior presença da britânica mas a nós o que nos dececionou foi bem mais a falta de coerência da sua personagem, ainda por cima associada ao momento menos bom do filme.
O viciante mundo do poker online é o sedutor ponto de partida para um filme que desvenda alguns dos segredos e perigos dessa “moda” cada vez mais atual.
O desenlace é bastante inteligente, fazendo lembrar um competente heist film em que o espetador é um dos intervenientes.
O problema, como se pode perceber, é mesmo com o segundo acto!
As fichas são colocadas a um ritmo incesssante, com alguns jogadores a “esconder a mão” e outros a fazer fold no momento certo. Porém, no meio de tantas apostas, o bluff acaba por ser preparado sem grande emoção ou encanto, ultrapassando etapas ou sobrepondo fichas incessantemente.
Quando as cartas são colocadas em cima da mesa, os nossos olhos brilham ao perceber quem ganhou a mesa mas há fichas que nos escaparam…
No meio deste rebuliço (e do filme), surge Rebecca Shafran (Arterton) e parece inquestionável que ficamos todos a perder com a sua intermitência.
Obviamente que ela é apenas a parte mais visível de um argumento que não soube ou não quis desenvolver uma trama que tinha muito por onde se perder. As pontas acabam por ligar-se mas havia tempo e história para nos prender mais uns (20) minutos!
Depois de perder todas as suas poupanças numa partida de poker online, Richie Furst (Timberlake), um brilhante analista e amante desse jogo de cartas (virtual), desloca-se até à Costa Rica para confrontar pessoalmente o homem por detrás do imenso império do jogo que o aldrabou, Ivan Block (Affleck).
Fascinado por esse mundo que sempre quis conhecer por dentro, Richie é seduzido por Ivan a fazer parte da sua equipa, subindo rapidamente na hierarquia e na estrutura de confiança do seu novo ídolo.
Porém, nem tudo que reluz é ouro – copas, espadas ou paus – e o bluff (e o contra-bluff) pode estar preso por uma simples troca de olhares… entre Richie e Rebecca e Ivan.
Brad Furman já tinha dado nas vistas em 2011, com The Lincoln Laywer. Volta a assinar um filme sedutor mas que não consegue atingir as expetativas criadas. Nota-se que há talento aqui mas ainda não foi desta que nos convenceu plenamente.
Quanto a Affleck e Timberlake, percebe-se que o primeiro é bem mais ator do que o segundo. Mais para preocupação do ator/cantor do que para gáudio do ator/realizador. De qualquer forma cumprem a sua função e não deixam, acreditamos nós, de agradar aos seus fãs mais fiéis.
É bonzinho… mas queríamos mais!
E parabéns (a quem de direito) pelo título nacional! Bem melhor do que o original!