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“A Propósito de Llewyn Davis (Inside Llewyn Davis)” de Joel e Ethan Coen


No Country For Old Men e Fargo, seguidos por True Grit, continua a ser este o pódio dos Melhores Filmes de Joel e Ethan Coen.

Inside Llewyn Davis é um bom filme que tem o encanto de fugir à larguíssima maioria dos dogmas do cinema atual e que presta uma sentida homenagem a um género de música e de músicos. Llewyn Davis é omnipresente, é o centro e a alma de uma geração (de artistas) que estava disposta a tudo para seguir os seus sonhos e vingar.

Claro está que os irmãos Coen estão longe de ser convencionais e por mais banal que a história possa parecer, nada será como previsto. Para lá de Llewyn Davis há uma interminável lista de personagens pitorescas que pontuam a vida deste músico de Folk Music… e a cada esquina lá está mais uma preciosidade para nos deixar perplexos.

Anos 60, a folk music está prestes a despontar na cena nova artística nova-iorquina. Um aspirante a músico partilha o seu dia-a-dia – e as suas noites mal dormidas (em sofás) – com uma série interminável de amigos, conhecidos, fãs e colegas de profissão. Durante uma semana Llewyn Davis (Oscar Isaac) irá (sobre)viver… enquanto toda a sua vida parece-lhe passar pelos olhos.

Uma ex-namorada, um grande sucesso musical, um contrato milionário, contas do passado por saldar, uma viagem indescritível, um momento decisivo, todos os azares num simples fechar de porta.
A riqueza do cinema dos irmãos Coen está sem dúvida nenhuma nos pequenos tesouros que a dupla do Minnesota é exibia em congeminar. Pode parecer (muito) estranho mas quando colocamos tudo em… contexto, percebemos que está só ao alcance dos iluminados.

Oscar Isaac. A lista para os nomeados ao Oscar® de Melhor Ator Principal começa a estar sobre-lotada (Whitaker, Hanks, IsaacMcConaughey e mais uns quantos!). O jovem ator, natural da Guatemala, é irrepreensível no seu registo altamente deprimente e poético de Llewyn Davis.

Talvez seja do ar totalmente nerd ou daquelas pequenas subtilezas que bem antes de se entranharem, se estranham por completo. Talvez seja do road movie que se limitada a ir de NYC a Chicago ou da poesia que emoldura cada detalhe de uma história demasiado recambolesca para ser absorvida em 1h45 de filme.
Llewyn Davis (o filme!) é estranhamente simpático mas não é uma obra-prima, por muito que a banda-sonora o seja… estranha, simpática e uma obra-prima!

Quanto à cena final, tenho para mim que é apenas o “doentio” prazer dos irmãos em nos mexer com as ideias… sem, no final, pretender chegar a lado nenhum.

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