“O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street)” de Martin Scorsese
Arrisco a dizer que nas mãos de outro realizador (e sem dois talentosos atores como Leonardo DiCaprio e Jonah Hill) este The Wolf of Wall Street iria transformar-se numa verdadeira “feira das vaidades”, sem eira nem beira!
Mas Martin é o homem à parte, um realizador com uma força e uma visão ímpares que imprime aos seus filmes um vigor implacável. O mínimo que se pode dizer é que Jordan Belfort e a sua trupe encaixam que nem uma luva nesta definição.
O jovem milionário de Wall Street foi/é, de facto, um homem inqualificável. Tal como o próprio defende agora nas suas palestras, a ambição (sem limites) pode ser um veneno perigoso – no caso dele uma droga – mas enquanto não “mata”, dá um gozo do caraças!
Leo e Jonah são exímios a encarnar Jordan e Donnie, respetivamente. A dupla de jovens atores (mais Jonah que ainda tem 30 anos, face aos 39 de Leo) é realmente fabulosa, rivalizando com Matt e Jared como os melhores do ano – ainda que num registo totalmente antagónico! Parece incrível – pelo menos não o esperaríamos à entrada na sala – mas os desempenhos mais do que merecem as respetivas nomeações aos Oscars® e confirmam o talento, também, de Martin para explorar o que de melhor têm para oferecer!
(NOTA: mantemos a nossa preferência pela dupla de Dallas Buyers Club para levar para casa as estatuetas!)
Jordan Belfort (DiCaprio) é um jovem ambicioso que montou um império à margem de Wall Street, em conjunto com o seu amigo Donnie Azoff (Hill). Bilionário, excêntrico, toxicodependente e mulherengo (para não dizer pior), é essa a descrição mais exacta de todos os seus colaboradores mais próximos.
Inspirada pelo seu mentor e líder, a Stratton Oakmont (é esse o nome da companhia fundada por Jordan e Donnie) proliferou nos anos dourados da bolsa nova-iorquina em que a regulação e os limites eram bastante ténues (e facilmente subornados). Mas, para lá, do muito dinheiro, das fraudes, dos crimes praticados e dos exageros a todos os níveis, a empresa ficou conhecida pelas suas festas.
Até chamar a atenção do FBI.
Mais inacreditável que o próprio filme, é constatar que grande parte do relatado é mesmo verdade! E, meus caros, nada nos prepara para o que vemos.
Ao longo de 3 horas (que passam num ápice), o encadeamento de situações mirabolantes, indescritíveis, inacreditáveis e altamente tóxicas (bom trocadilho!) absorve-nos por completo.
The Wolf of Wall Street é uma comédia (negra, por ventura), porque se fosse para ser levado a sério, iria ser doloroso demais! Martin Scorsese é um génio… e só lhe temos de agradecer por isso.
Nunca esperei gostar tanto do filme, mesmo depois de o ver. Mas a verdade é que passados alguns dias, permanecemos embasbacados com tudo aquilo.
Muito BOM!
Será dos poucos, senão o primeiro, a filme a receber 5 pipocas doces no nosso blog, e isso já diz muito tudo!