“The Monuments Men – Os Caçadores de Tesouros” de George Clooney
A meio caminho entre o filme sério e sentido e o entretenimento mais descontraído, The Monuments Men acaba… na “terra de ninguém”.
Em resumo, uma obra que não preenche as expetativas criadas mas que, ainda assim, não deixa de ser uma bela homenagem aos homens e mulhres que arriscaram a própria vida – no finalzinho da II Guerra Mundial – em prol da preservação da cultura, dos monumentos e das obras de arte colocadas em risco pela ira e devaneio do Führer.
Depois do elogiado The Ides of March Clooney volta a assumir a cadeira de realizador com uma sincera e incrível História verídica que muito provavelmente poucos conheceriam.
Mas o homem não vem só. Para além do bigodinho, Clooney faz-se acompanhar no elenco por Matt Damon, Bill Murray, Jean Dujardin, John Goodman, Hugh Bonneville, Bob Balaban e, last but lot least, Catt Blanchett. Um grupinho digno das Nações Unidas e de qualquer obra cinematográfica de qualidade!
Tanto talento junto levou a que o filme fosse – não há muito tempo atrás – considerado como um dos potenciais candidatos aos prémios anuaisda 7ª arte. No entanto, essa expetativa foi-se esfumando a pouco e pouco, acabando o filme, inclusive, por adiar a sua estreia para lá data necessária para garantir a sua eligibilidade (para este ano).
E percebe-se bem porquê. O material e os intervenientes têm (mais do que) potencial para assumir esse estatuto mas, nem sempre o total é superior à soma das partes.
Muito embora o tom encontrado para o filme seja interessante, colando-o muitas vezes ao registo típico dos documentários mais famosos sobre a fatídica guerra, a verdade é que acabamos sem perceber qual a intenção (primordial) de Clooney: entreter ou dar a conhecer?
Meados de 1944, a Guerra está ainda longe de decidida mas começava a prevalecer a convicção que os aliados irão, mais tarde ou mais cedo, derrotar a Alemanha Nazi. Frank Stokes (Clooney) é autorizado pelo Presidente norte-americano a formar um pelotão composto por historiadores, conhecedores e demais profissionais das artes para garantir a preservação dos monumentos e obras de arte colocadas em risco pela II Guerra Mundial e pela “gula” de Hitler que pretendia criar um Museu na sua terra natal, à custa de muita pilhagem, roubo e aproproação indevida de artefactos valiosos, por toda a Europa.
Esse improvável grupo de homens e mulheres acabou por recuperar milhares de peças porém, para o fazer, teve de conhecer, in loco, as amarguras da Guerra.
Bons desempenhos e alguns momentos marcantes não chegam para fazer do filme uma obra memorável. A realização de Clooney acaba por revelar-se demasiado errática acabando por dificultar a leitura que o espetador faz do filme. Percebe-se a tentação para partilhar diferentes detalhes, pequenos apontamentos históricos e um pouco do humor mais sarcástico do ator/realizador. Mas no final acaba por ser demasiado para apenas um filme.
Estou melhor (informado) depois de ver o filme do que antes, mas não me parece que tenha sido a melhor opção para um material tão relevante da História contemporânea.
De qualquer forma, é sempre um prazer rever esta malta.
"The Monuments Men – Os Caçadores de Tesouros": 3*
"The Monuments Men – Os Caçadores de Tesouros" tem uma história interessante e é um bom filme, mas é apenas isso.
"The Monuments Men" tem um rico elenco, mas penso que os desempenhos prestados poderiam ter estado melhores.
Cumprimentos, Frederico Daniel.
🙂