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“O Fantástico Homem-Aranha 2 (The Amazing Spider-Man 2)” de Marc Webb


Talvez para quem não tenha assistido (no cinema) à trilogia de Sam Raimi – com Tobey Maguire no papel de Homem-Aranha – este The Amazing Spider-Man tenha outro sabor ou frescura mas como referido aquando do comentário ao primeiro capítulo, continuo a suspeitar que a história é demasiado familiar.

As dúvidas de Peter Parker quanto à sua vocação para (super-)herói, as suas desavenças com o Green Goblin (pai e filho), o seu intermitente e doloroso namoro (antes Mary Jane, agora Gwen Stacy), a sua sina de herói mal-amado pela comunidade.

A principal diferença está, de facto, no estilo do realizador. Raimi é um cineasta mais visual (fruto das suas origens gore) enquanto Webb dá preferência ao lado mais emocional/relacional – basta ter visto (500) Days of Summer.
A consequência é um ênfase invulgar (para este género de filmes) nas relações “familiares” do nosso herói, nomeadamente com os seus desaparecidos pais e com Gwen.

Se no que se refere a Mary e Richard Parker o efeito é bem mais na consciência de Peter do que outra coisa, já relativamente a Gwen há mesmo uma alteração no paradigma dos filmes da Marvel (e demais super-heróis!). A dada altura a jovem companheira de Spider-Man assume um protagonismo igualitário ao do aracnídeo… e deixa de ser apenas (mais) uma cara laroca.

Oscorp – a empresa onde o seu pai trabalhava – parece estar no centro de todas as suspeitas de Peter (Andrew Garfield). Há algo de profundamente errado naquele edifício e nem o regresso de Harry Osborn (Dane DeHaan), substituindo o seu pai na liderança da empresa, parece afastar as piores suspeitas.
Até que tudo ganha outras proporções com o surgimento de Electron (Jamie Foxx), um vilão carente que promete desequilibrar o balanço de forças entre “o mal e o bem”. Peter e Gwen (Emma Stone) irão juntar esforços – he’s the muscles, she’s the brains, como ela sugere a dada altura – para minorar o impacto de um super-vilão bastante suculento.

The Amazing Spider-Man pode ter por base os mesmos dilemas do seu antecessor mas segue uma abordagem bastante distinta… ou não tivesse como realizador um cineasta diferente.
Ainda assim continuo dividido quanto à pertinência deste novo franchise. Não estou a avaliar a qualidade intrínseca de cada um – o trabalho de Marc Webb, pode até ser superior ao de Sam Raimi – mas é realmente cedo demais… especialmente se se mudar tão pouco.

Veja-se, por exemplo, Batman.
Nos anos 90, um herói da banda-desenhada, repleto de efeitos especiais, super-vilões e fantasia.
Uma década depois um homem de carne e osso, tecnologicamente evoluído e traumatizado por um passado (e um presente) doloroso.
Não será necessário comentar o resultado final.

The Amazing podia e devia ser diferente mas não deixa de ser um franchise de qualidade.
Vamos ver onde ele nos leva, antes do veredito final.

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