“No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow)” de Doug Liman
Doug Liman realizador de Bourne Identity, Mr. & Mrs. Smith, Fair Game. Emily Blunt atriz de Looper, The Young Victoria, The Devil Wears Prada. Tom Cruise.
Live. Die. Repeat.
No que há história diz respeito, não há muito mais a acrescentar. O clássico Groundhog Day e o mais recente Source Code saltarão imediatamente à vista, pela recorrência. Porém, o argumentista Christopher McQuarrie é um homem do cinema de entretenimento (como o comprovam Jack Reacher, The Tourist, The Usual Suspects), logo seria quase obrigatório que o filme seguisse para um género mais consensual e ligeiro.
O que não é inteiramente o caso…
Edge of Tomorrow é um filme bem mais complexo e inteligente do que seria se esperar. O enredo vai e volta (naturalmente) mas também evolui, de forma coerente e competente, conduzindo-nos por entre uma intriga muito bem montada e surpreendente. Talvez o clímax não seja tão arrebatador como o esperado mas fecha de forma otimista um filme.
William Cage (Cruise) é um militar das forças aliadas mas apesar da sua patente, o Major nunca esteve no palco de qualquer guerra, nem mesmo treinou para tal. Mas isso está prestes a mudar, e logo na pior altura.
Os humanos resistem, como podem, à demolidora ofensiva dos “Mimics”, uma raça aligenea altamente aterradora. É nesse contexto que Cage é lançado (contra a sua vontade) em pleno palco de guerra, na mais suicida batalha desse mortífero confronto. Até que o inevitável acontece.
Mas no exacto segundo a seguir à sua “morte”, Cage acorda na manhã que antecedeu a ofensiva apenas para repetir, até à exaustão, esse ‘doloroso’ cenário.
Até que…
A primeira meia-hora é, de facto, transcendente. Efeitos especiais de qualidade, um 3D visível (o que atualmente já é relevante!), um crescendo de tensão latente a cada cena e uma intriga que até no mais desconfiado (ou desiludido) faz levantar, no mínimo, uma pontinha de curiosidade.
Daí em diante o filme é mais intermitente, alternando momentos mais sensaborões com outros bem inspirado(re)s.
Não se pode dizer que Tom e Emily tenham aquela “química perfeita” mas, cada um à sua maneira, acabam por nos cativar para um filme de forte vocação de ficção-científica mas que não vai bem para lá da (cada vez mais) recorrente invasão extra-terrestre.
Só não consigo encontrar explicação para os fracos resultados de bilheteira que o filme está a alcançar um pouco por todo o Mundo. Edge of Tomorrow é daqueles que vale bem o bilhete de cinema, disso não tenho dúvidas!
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