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“Sin City: Mulher Fatal (A Dame to Kill For)” de Frank Miller e Robert Rodriguez

É impossível fugir ao resultado de bilheteira obtido pelo filme…

Poucos ousariam antecipar o debacle até porque Sin City (o original de 2005) é, ainda hoje, um filme intemporal, marcante e revolucionário, Uma obra que criou (supostamente) uma vasta legião de fãs e admiradores. Bem mais do que (apenas) um filme. Mas, A Dame to Kill For é, de facto, um enorme flop comercial… cá, nos EUA, um pouco por todo o mundo! Vá-se lá perceber porquê.

É verdade que o filme foi sendo adiado ao longo de vários anos. Primeiro faltava o argumento certo, depois a protagonista – a preferida, Angelina Jolie, encontrava-se de “esperanças” -, tempo, dinheiro para o promover, vontade?
Motivos que valem o que valem, porém, e reside aqui o mais curioso deste “desastre” comercial, A Dame to Kill For é um filme que merece ser visto no cinema.

Podem nem acrescentar nada de (muito) novo ao que já vimos em Sin City mas subsiste, inquestionavelmente, uma obra qualitativa.
O efeito surpresa, naturalmente perdido, é substituído por uma diversidade de situações, enredos, personagens e emoções. No entanto, percebe-se a dada altura alguma fragilidade (e simplicidade) dramática nas histórias criadas prepositadamente para o filme.

– A Dame to Kill For, traz-nos Eva Green em modo hiper-sensual – e um pouco mais nua do que seria expectável – e um Josh Brolin poderoso mas, confesso, não tão à vontade a fazer de Dwight como Clive Owen. Muito bom de qualquer forma (feito e perspetiva!).
– Just Another Saturday Night é Sin City puro (e duro). É a essência da obra de Frank Miller. Capta todo o espírito da novela gráfica (estilo noir) e do franchise mesmo com as suas limitações cinematográficas. E Mickey Rourke (e o seu Marv) é a personificação perfeita desse espírito.
– The Long Bad Night – uma das histórias originais – tem uma primeira parte de grande nível, sobretudo fruto do talento de Joseph Gordon-Levitt mas perde-se, por completo, na segunda metade, deixando a ideia que o desenlace não foi devidamente maturado antes da câmara começar a rolar.
– Nancy’s Last Dance é o elo mais fraco do filme. Jessica Alba e Bruce Willis não o mereciam.

Tem os seus altos e baixos, como está implícito no descrito anteriormente mas, na média, Sin City: A Dame to Kill For não deixa de ser um filme interessantíssimo e apelativo.

Mas, claro, queríamos mais (e melhor)!

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