“O Caminho Entre o Bem e o Mal (A Walk Among the Tombstones)” de Scott Frank
Talvez estivesse em “dia não” mas custou-se muito a perceber o sentido do filme.
Todos sabemos, por agora, que Liam Neeson redescobriu-se já depois dos 50 e transformou-se num cotadíssimo ator de ação. Taken terá sido o início e de lá para cá (meros 6 anos) seguiram-se as mais distintas derivações desse talento escondido.
Aparentemente, todos têm direito aos seus dias menos felizes e parece que nem o norte-irlandês ficou incólume a essa máxima. Ele acaba por fazer a sua parte, sem o total brilhantismo de outros exemplos mas com a competência que lhe é indisputável porém, há algo na obra de Scott Frank que simplesmente não funciona.
Alguns momentos de thriller, outros de drama, passamos pelo suspense, um ou outro twist, polícias e narcotraficantes q.b., um ou outro maluquinho e aquelas incongruências no argumento típicas de um corriqueiro filme de série B. Confesso que apanhou-me desprevenido.
Anos depois de ter abandonado a polícia, Matt Scudder (Neeson) trabalha agora como detetive privado na escuridão de uma Nova Iorque deveras sombria. Uma noite é confrontado com um novo cliente que pretende capturar os sequestradores e assassinos da sua mulher. O caso parece “resolvido” mas quando o crime se repete, com outro influente traficante, Matt promete fazer uso das suas inatas competências para capturar os culpados.
Intermitente, é o melhor que podemos dizer sobre o filme. Sem um rumo bem definido, acaba por perder muito tempo a tentar agradar a muitos (géneros). No entanto, como é norma, o querer ser um pouco de tudo, é sempre apanágio de não ser nada. Estranho mas certeiro.
Neeson não sai chamuscado. Em piores lençóis terá ficado o realizador Scott Frank. Mais curioso ainda é o facto do realizador da Florida ser responsável pelo argumento de filmes como Minority Report ou Out of Sight. “Em casa de ferreiro, espeto de pau”… já diz o povão!
Talvez estejamos apenas mal habituados. Talvez.