“Big Hero 6 – Os Novos Heróis” de Chris Williams e Don Hall
Não se pode dizer que 2014 tenha sido um ano particularmente estupendo no que ao cinema de animação diz respeito.
Talvez a estreia, logo em Fevereiro, de The LEGO Movie tenha elevado em demasia a fasquia, talvez se tenha notado, demais, a ausência da Pixar, talvez o sucesso do cinema de animação tenha facilitado o surgimento de “filmes” com menor qualidade e/ou recursos ou talvez esse sucesso tenha sido responsável por um certo desleixo das principais produtores…
Porém, houve surpresas. Algumas em jeito de sequela (How to Train Your Dragon 2) outras em jeito de super-heróis! Falemos, então, deste segundo caso.
Big Hero 6 junta os criadores de Frozen e Wreck-It Ralph ao periclitante universo da Marvel. A comic, com reminiscências na Manga japonesa, foi criada pela dupla formada por Steven T. Seagle e Duncan Rouleau, nos seus tempos livres. E se bem que na essência o grupo de pequenos super-heróis é bastante similar, na prática (i.e. na versão cinematográfica da Disney) eles ganham “novas asas” ou, de forma mais correta, novos equipamentos e uma bondade extra.
No centro das aventuras Hiro Hamada e Baymax, um miúdo prodígio e um robot insuflável. Que grande dupla! Os super poderes são substituídos por super-tecnologia, pela imaginação e engenho de um miúdo e pelo coração de um robot 100 emoções. Junta-se a eles um grupo de geeks, altamente motivados e qualificados, com enorme vontade de tornar o mundo um pouco melhor. Et voilá!
Big Hero 6 é um dos melhores filmes de animação do ano. Faz lembrar muito (quiçá, um pouquinho demais) o fantástico The Incredibles mas, quando se mistura animação com super-heróis a comparação será sempre inevitável.
A seu favor, o lado visual, fruto da muito bem conseguida junção do lado mais infantil (e colorido) com uma impressionante e convincente panóplia de ferramentas, tecnologias e referências a duas míticas cidades: Tōkyō e San Francisco.
Contra, apenas a já referida sensação de déjà vú e um super-vilão bastante acanhado e meloso.
De qualquer forma, o coração do filme é mesmo Baymax. O esponjoso robot – a lembrar o bonequinho da Michelin e outras figuras quiduchas – é um deleite. A cada momento, a cada intervenção somos surpreendidos quer pela “agilidade” dos seus movimentos, quer pela ternura dos seus comentários. Sem dúvida a personagem do ano, no que ao cinema de animação diz respeito, e uma das grandes criações do género cinematográfico, nos últimos anos! Só vendo mesmo, para crer!
Se seguir o padrão Marvel, teremos uma sequela a este Big Hero 6 dentro de 2-3 anos.
A expetativa é imensa, naturalmente!
Nota final para mais um brilhante trabalho da Disney, no que às curtas-metragens diz respeito. Festim (é esse o nome da curta que antecede este Big Hero 6) é realmente um festim… para os espetadores!