“O Excêntrico Mortdecai (Mortdecai)” de David Koepp
Mais um boneco formidável para juntar à sua longa lista de personagens memoráveis: Jack Sparrow, Willy Wonka, Sweeney Todd, Mad Hatter, Frank Tupelo.
(Charlie) Mortdecai é um betinho inglês, nascido na nobreza endividada, machão nas horas vagas (i.e. quando a sua mulher, Johanna, não está por perto) e tranbiqueiro de primeira estirpe.
Uma personagem (nascida na BD) que tem tanto de cativante como de enfadonha, não fosse o brilhantismo do desempenho do ator norte-americano.
David Koepp, afamado argumentista de obras tão distintas como Jurassic Park ou Mission: Impossible, prossegue a sua tímida carreira como realizador (depois do interessantíssimo Premium Rush) com mais uma obra simpática e bem humorada. Um desafio incomensurável quando percebemos o rumo e o cenário onde Mortdecai e a sua trupe se movimentam porém, por mais improvável que possa parecer, o filme resulta em pleno. Diverte, entretém, agrada.
Quando um famoso quadro oitocentista é roubada durante uma restauração, o inspetor Alistair Martland (Ewan McGregor) recorre aos serviços do reconhecido filantropo (e contrabandista) para o ajudar a encontrar o seu paradeiro. Mortdecai, juntamente com o seu fiel capataz, Jock (Paul Bettany) recorre dos seus contactos e estratagemas para desvendar o mistério por detrás desse roubo, correndo os 3 cantos do mundo.
Mas nem só a arte está em causa. Alistair, Charlie e a sua mulher Johanna conhecem-se dos tempos da faculdade, formando um pitoresco triângulo amoroso que será colocado à prova em mais um caso bicudo.
Desse cedo percebemos que esta malta não é para ser levada a sério. O desconto a dar é grande e não podia ser de outra forma. Basta olhar para a figura de Johnny “Mortdecai” Depp… e o seu proeminente bigudinho.
Acabamos por rir bem mais do que estaríamos à espera e a história tem a competência e cuidado de se manter coerente e atrativa, transformando Mortdecai numa agradável surpresa.
Numa altura em que o cinema mais sério invade as salas de cinema nacionais, sabe sempre bem desanuviar e, nesse capítulo, ninguém melhor do que o grande Johnny Depp!
Surpreendentemente competente… e divertido.