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“As Cinquenta Sombras de Grey (Fifty Shades of Grey)” de Sam Taylor-Johnson


O sexo vende! Dúvidas houvesse…

Fenómeno cinematográfico do momento em Portugal (quem sabe até do ano!?) e, igualmente, à escala mundial, tivemos a oportunidade de assistir ao filme em Espanha e de perceber um pouco melhor o impacto global da adaptação da obra de E.L. James.

Confesso que o meu conhecimento da trilogia se resume aos comentários, resumos, críticas e desabafos de outros relativamente à obra literária, para além, naturalmente, de algumas passagens… mais picantes. Ainda assim, o suficiente para perceber que a versão soft compilada por Sam Taylor-Johnson acaba por distorcer a mensagem primordial que tanto sucesso granjeou a E.L. James, transformando um conto erótico (e sado-masoquista) numa pitoresca história de amor.

Anastasia Steele (Dakota Johnson) é uma jovem finalista de literatura, pouco dada à vida social e amorosa que, por ironia do destino, irá conhecer um dos mais abastados e enigmáticos jovens de Seattle.
Christian Grey (Jamie Dornan) não é um jovem vulgar. O segredo seu (imenso) sucesso passa muito, segundo o próprio, pela capacidade de descodificar o seu interlocutor e pelo controlo absoluto de tudo o que o rodeia.
Oriundos de mundos totalmente distintos, os dois jovens não conseguirão resistir à atração que sentem um pelo outro, mesmo havendo algumas diferenças impossíveis de esconder.

A necessidade de amenizar o lado mais picante da obra literária, por forma a conseguir criar um produto acessível às massas, acabou por privar a adaptação cinematográfica de Fifty Shades of Grey de um dos seus elementos mais relevantes. Obrigados a atenuar o caráter erótico da história, restou-nos uma interessante história de amor entre uma jovem humilde e um bilionário obtuso.

Isto não quer dizer que o filme não se aventure por entre situações mais tortuosas. Ao de leve, é verdade, mas a temperatura não deixa de subir. O lado mais sado-masoquista assume maior relevância, naturalmente, mas há, também, uma boa dose de erotismo, sem qualquer maldade ou perversidade. Pelo menos no que ao filme diz respeito.

A história tem a sua piada e interesse, mesmo que falte alguma firmeza em algumas das situações.
O maior senão irá mesmo para a dificuldade de Jamie Dornan em transparecer o lado mais viril e, até, voraz de Mr. Grey. Com uma (reconhecida) aparência demasiado juvenil, o ator/modelo norte-irlandês não consegue assumir a faceta mais masculina da personagem, perdendo-se assim, aparentemente, uma parte importante da história.

No lado feminino, Dakota parece sair-se bem melhor. A transformação/crescimento da sua personagem é consistentemente acompanhada pela subtil transfiguração física e, sobretudo, pela evolução imagem (de confiança) que transparece. Não será por ela que a trilogia não chegará a bom porto.

A expetativa criada em redor do filme, acaba por condicionar a sua apreciação, disso não tenho dúvidas. Um sucesso literário desta plenitude, faria antever algo bem mais suculento. Ao invés, a história desenrola-se sem grande celeuma, culminando num mais do que evidente prenúncio da(s) sequela(s) que se seguirão.

As receitas de bilheteira mais do que justificam a continuação da trilogia porém, em termos meramente cinematográficos, será necessário um pouco mais para imortalizar a história (de Amor) de Anastasia e Christian.

Exceção feita à seleção musical. Nesse capítulo restam apenas elogios a partilhar. Beyoncé, The Weeknd, Ellie Goulding, Sia, Annie Lennox e demais contributos, estão todos de parabéns.

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  1. "As Cinquenta Sombras de Grey": 3*

    Recentemente vi "As Cinquenta Sombras de Grey" e não é tão mau como o pintam, eu gostei do que vi. O livro é mais aprofundado, mas o filme vê-se bem.
    Gostei do que vi em "Fifty Shades of Grey" e recomendo, mesmo não sendo tão bom quanto o livro. O filme emana sensualidade, mas falta sexo e nudez.

    Cumprimentos, Frederico Daniel.

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