“Focus” de Glenn Ficarra e John Requa
Bom entretenimento. Puro e simples.
Will Smith já passou por melhores dias, no que ao sucesso dos seus projetos diz respeito, mas o carisma continua todo lá. Focus não será um marco indiscutível, um ponto de inversão ou o início de uma nova era mas promete deixar, para o público mais jovem, uma imagem renovada e atual de um dos grandes atores das últimas décadas.
A seu lado, precisamente o oposto. A jovem australiana Margot Robbie surgiu em The Wolf of Wall Street ao lado de Leonardo Di Caprio há pouco mais de um ano, e daí em diante não têm faltado novos projeto e desafios.
A história repete-se, de certa forma, nas suas personagens. Ele um consagrado vigarista, burlão e ladrão. Ela uma empenhada aspirante a larápio! Desse choque de trajetos e destinos, funde-se uma intensa parceria com iguais momentos de humor, drama e paixão.
Nicky (Smith) é um veterano profissional da vigarice, fraudes, roubos e apostas viciadas com um complexo esquema de “desvio” de dinheiro que se deixa encantar pela sensual Jess (Robbie). Apesar de toda a sua experiência, Nicky não conseguirá resistir aos encantos da sua mais recente pupila… ou fará tudo parte de um grande golpe??
Pois bem, dúvidas, questões, incertezas e surpresas não faltam e mesmo para quem não perde o foco – durante todo o filme – não faltarão revelações surpreendentes.
O grande prazer do filme é que a certa altura deixamos-nos levar e cessamos de procurar por (qualquer tipo de) respostas. Passamos a desfrutar do filme, e este entretém-nos como poucos.
Glenn Ficarra e John Requa passaram a figurar na nossa listagem de referenciados graças ao impecável Crazy, Stupid, Love. Agora num registo ligeiramente diferente mas igualmente competente, a dupla de realizadores volta a demonstrar um raro talento para fazer cinema de entretenimento.
Boas personagens, um enredo preciso e ligeiro e, acima de tudo, a capacidade de nos trazer para o filme, de nos deixar lado a lado com as personagens, de nos incluir na trama. É possível não desfrutar e se o cinema (de entretenimento) não é isso, então não sei o que é!
Ajudará, certamente, ao percurso de todos os seus intervenientes mas, ainda assim, estou certo que os principais beneficiados seremos nós mesmo que vivemos uma filme inspiradíssimo.
O cinema (também) é isto!