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“O Prodígio (Pawn Sacrifice)” de Edward Zwick


Edward Zwick é um dos mais versáteis e talentosos realizadores das últimas décadas.

Remontando ao final dos anos 80, em que realizou o fantástico Glory (Oscar® de Melhor Ator Secundário para Denzel Washington), passando pelos anos 90 – Legends of the Fall, Courage Under Fire e The Siege – e chegando ao novo milénio com filmes como The Last Samurai, Blood DiamondDefiance ou, mais recentemente, Love & Other Drugs, o realizador natural de Chicago tem um currículo invejável e imaculado. Já fez um pouco de tudo, Histórias verídicas, Guerra, Ação, Romance, Drama, Comédias (românticas), Históricos, sempre com o mesmo rigor, empenho e qualidade.

Desta vez chega-nos um biopic – ou pelos menos a versão resumida de um – no qual ele nos apresenta uma figura incrível do imaginário coletivo do século XX, o jogador de xadrez norte-americano Bobby Fischer. Quem, como eu, cresceu a ouvir falar deste génio mas nunca percebeu exatamente quem ele era, deve estar grato a Zwick pela coragem em desenterrar uma história complexa, desconfortável mas memorável.

Tobey Maguire, de certa forma ausente da grande tela desde o final de trilogia Spider-Man (exceção feita em Brothers), volta a assumir o papel de protagonista naquele que será, sem dúvida, o maior desafio da sua carreira até ao momento. A fina linha que separa o génio do louco – neste caso condensados num só homem – podem ser um terreno bastante movediço mas o desempenho do ator californiano, nesse aspeto, é louvável.
Destaque ainda para Peter Sarsgaard, Michael Stuhlbarg e Liev Schreiber. Três atores competentíssimos que cumprem, em pleno, o seu papel, funcionando, muitas vezes, como uma rede de salvação para o mais jovem protagonista.

Oriundo de uma família russa, radicada nos EUA, o pequeno Bobby desde cedo demonstrou um talento (bem) acima da média para o xadrez. Refúgio de uma infância difícil e traumatizante, os peões, torres, cavalos, bispos e realeza marcaram decididamente a vida de Bobby Fischer (Maguire), a par com sua esquizofrenia. À altura, o mais jovem campeão do mundo de xadrez, o percurso do jovem prodígio de Brooklyn foi tudo menos convencional, ao ponto de envolver a Guerra Fria, o Presidente dos EUA, o KGB e todos os “fantasmas” presentes na cabeça de génio/maluco.

Um filme difícil, quer pela temática quer pela pouca atratividade de um desporto como o xadrez, mas que graças ao talento dos envolvidos acaba por resultar numa obra interessante e reveladora.

De génio e de louco, todos temos um pouco“. No caso de Bobby Fischer a dose era consideravelmente superior, o que o tornou numa figura ímpar e memorável. E nesse aspeto, o filme não falha.

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