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“Deadpool” de Tim Miller


A fama de Deadpool por muito desmesurada e imprevisível que possa parecer resulta, em primeira mão, de um “grito de revolta” da própria industria de cinema.

8 anos volvidos da explosão da Marvel na grande tela – fruto de uma brilhante rampa de lançamento, também conhecida como Iron Man – os filmes baseados em super-heróis da BD (com a Marvel e a DC Comics à cabeça) tornaram-se, pouco a pouco, num entretenimento para toda a família. Novos heróis, novas aventuras e a cada filme a pressão para chegar a cada vez mais e mais público.

Essa preocupação de (tentar) agradar a gregos e troianos tem vindo a infantilizar o cinema de entretenimento e, de certa forma, a dececionar os fãs iniciais que numa década deixaram de ser adolescentes para se tornarem jovens adultos. É com este cenário que surge Deadpool.

Já outros heróis tentaram abordar um público mais crescido mas nenhum, até agora, tinha adicionado um humor irascível ao lado mais violento do cinema de ação. E com isso podemos estar perante (se) não a uma viragem mas, pelo menos, a um marco nas adaptações da BD à 7ª arte.

Deadpool não é um herói vulgar. Aliás, ele é o próprio a assumir-se como um anti-herói, o que faz com que a decisão de Tim Miller em garantir-lhe uma abordagem mais adulta, pareça totalmente ajustada. Mesmo que poucos ousassem apostar no sucesso de Ryan Reynolds como Wade Wilson/Deadpool.

Curiosamente o filme, especialmente no que ao enredo diz respeito, é bem simples e limitado. Temos 3 ou 4 cenas que garantem a ritmo elevado o começo, meio e fim de uma história banal e até previsível. Mas o fascínio está, por completo, na forma como o filme é gerido.
Não é só o humor sexual, violento e politicamente incorreto, nem o excesso de sangue, mutilações ou “buracos”, é mais do que tudo, a brilhante exploração da mítica fourth wall (ou a imaginária parede que separa a ação do público).
A interação de Reynolds/Wade Wilson/Deadpool com os espetadores reverte por completo a noção de cinema de entretenimento que tem vindo a ser adotada nas adaptações da BD à 7ª arte. Ajuda que Deadpool tenha em si essa característica muito própria (desde a sua génese) mas o sentido de oportunidade, a criatividade e o desempenho do ator canadiano resulta numa combinação explosiva.

Às portas da morte e depois de ser submetido a uma experiência surreal, Wade Wilson (Reynolds) veste o fato de Deadpool para perseguir o jovem responsável pela sua “transmutação”. Ajax (Ed Skrein), por seu lado, não se limita a esperar pelo seu destino e antecipa-se ao raptar a ex-namorada de Wade (Morena Baccarin). O resto é… história.

É o filme apimentado com melhor cotação na história do Doces ou Salgadas?… e já lá vão quase 10 anos (e mais de 1000 filmes) de historial.

Por vezes, “das árvores mais pobres, caiem as melhores maças”!

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