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“Verdade (Truth)” de James Vanderbilt


Religião. Alta finança. Política.
Depois de Spotlight e de The Big Short, agora é a vez de Truth mostrar o lado mais pérfido do poder (desmesurado!).

Com estas referências, é fácil de compreender que estamos perante o melhor filme do ano, na época pós-Oscars®!

Argumento, desempenhos, realização e História, condimentos basilares de um Filme, com ‘F’ grande, estão lá em doses exageradas de qualidade e refinamento.

Cate Blanchett soberba, como nos tem habituado. Robert Redford seguro, sincero, como sempre. Topher Grace, de volta à primeira divisão. Dennis Quaid modesto mas complementar. E, ainda Elisabeth Moss, Stacy Keach, Bruce Greenwood e Dermot Mulroney.
James Vanderbilt pode ser um estreante atrás das câmaras mas a coragem e a visão do realizador/argumentista chegam a ser comparáveis à de… Mary Mapes.

É um conjunto explosivo de ingredientes que nos mantém perplexos, tensos, incrédulos e curiosos. Apesar de baseado em factos verídicos relativamente recentes (2004-2005), o desconhecimentos dos contornos fundamentais da história é gerido de forma precisa por um filme que mesmo (im)parcial, não deixa de colocar o dedo na ferida e deixar-nos tirar as nossas próprias conclusões.

Mary Mapes (Blanchett) e Dan Rather (Redford) são os dois principais pilares do reputado programa televisivo, 60 minutes. Ela produtora, ele apresentador e pivôt principal da CBS News, formam uma das mais acutilantes duplas da TV norte-americana, nos inícios do milénio.
Até que um programa que promete expor a carreira militar no então presidente dos EUA, George W. Bush, acaba por colocar em causa as respetivas carreiras televisivas, os próprios fundamentos do jornalismo de investigação e as muitas ramificações do poder político, empresarial e feudal numa América implacável.

As ‘crenças’ políticas irão, seguramente, influenciar a opinião quanto à qualidade objetiva do filme. Ainda assim, mesmo que optemos por abordá-lo meramente no campo ficcional, não deixará de se tratar de uma obra arrebatadora, marcante e obrigatória.

É, seguramente, um dos grandes filmes de jornalismo de sempre… (quase) ao nível de The Presidents Men ou Spotlight!
Infelizmente chegou ao nosso país sem qualquer promoção ou mediatismo. A política supera sempre, dúvidas houvesse, a religião e a alta finança. (ponto)

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