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“X-Men: Apocalipse (X-Men: Apocalypse)” de Bryan Singer


De todo o fascínio, admiração e respeito que Bryan Singer tem pelos X-Men – não terá sido à toa que dos 6 filmes dos heróis mutantes da Marvel, 4 foram realizados por ele – tenho sérias dúvidas que a sua obsessão pelo “fim do mundo” seja o melhor rumo que Magneto, Professor X e demais mutantes possam seguir.

Vilões maiores que o tempo. Cataclismos inevitáveis. Guerra. Destruição. Medo. O Apocalipse. Mas depressão não vende, nem alegra.

Se há coisa que Matthew Vaughn incutiu na renovação de X-Men foi esperança… rebeldia, juventude e uma fresca sensação de novidade. Pela primeira vez, no percurso de X-Men pela 7ª arte, havia luz em vez de sombra e uma tela em branco para preencher. Mas First Class foi sol de pouco dura e o regresso de Singer ao universo mutante reverteu o processo e abafou qualquer tentativa de catapultar a franchise para outro patamar.

Curiosamente, este Apocalypse evolui a dois níveis. Num primeiro plano, a espiral de destruição a que Singer nos habituou mas, nas entrelinhas, percebe-se a preocupação em construir algo novo, jovem e promissor.
McAvoy, Lawrence e, sobretudo, Fassbender continuam a ser o foco central do enredo. Charles, Raven e Erik prosseguem naturalmente o seu destino. O primeiro como formador, a segunda como salvadora e o último como… clandestino.

Mas há, também, uma data de malta nova a despontar e a preparar o futuro (próximo), destacando-se o mais do que esperado regresso de Quicksilver (Evan Peters) e o rejuvenescimento de Jean Grey (Sophie Turner), Cyclops (Tye Sheridan) e, porque não, Storm (Alexandra Shipp).

O problema é que o estilo, o percurso e a narrativa de Singer está demasiado enraizada no seu ADN mutante, não lhe permitindo mais do que um pequeno lamiré ao que há-de vir. Assim, durante a larguíssima maioria do tempo voltamos a sofrer com as inseguranças, incertezas e fatalismos de um grupo de super-heróis(?) que, pasme-se, continua a lutar contra o… fim do mundo, às mãos de um mutante especial.

O super-vilão que dá título ao filme conta com um competentíssimo Oscar Isaac como antagonista. Nada a reclamar do desempenho do jovem ator oriundo da Guatemala (esta poucos saberiam!), nem tão pouco da personagem em si. Apenas, a sua pertinência e relevância cinematográfica deixa bastante a desejar, para o crescimento do franchise.

Num ano em que a Disney/Marvel e a WarnerBros/DC Comics jogaram o trunfo dos conflitos internos – entre os próprios super-heróis -, a Fox/Marvel demonstrou o risco de apostar em vilões estratosféricos que consomem demasiado tempo, espaço e, sobretudo, margem de manobra criativa aos argumentistas. Não parece ser, de todo, este o rumo mais aconselhado para o vasto império das adaptações dos (super-)heróis da BD à 7ª arte que se seguirá nos próximos anos.

Depois de Days of Future Past, Singer volta a fazer um filme de super-heróis sem nada de novo ou de realmente cativante. Naturalmente, os fãs (onde me incluo) não deixarão de apreciar o exercício visual e sonoro do filme (especialmente numa sala IMAX) mas, também, não deixarão de lamentar a oportunidade perdida de recuperar e (re)construir um franchise de infinitas possibilidades.

Talvez Matthew Vaughn esteja disponível para o próximo filme.
Talvez.

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