“Caça-Fantasmas (Ghostbusters)” de Paul Feig
Mais de 30 anos separam o original Ghostbusters desta versão feminina. Nada contra as senhoras mas duvido que esta nova versão faça algum dia justiça aos seus antecessores.
O “selo de aprovação” parece ter sido alcançado durante a rodagem mas, private jokes à parte, fora um ou outro gag bem encaixado pouco ou (quase) nada se aproveita.
A história segue a ideia geral do filme original de Ivan Reitman mas sem grande originalidade, criatividade ou piada.
Os desempenhos, sexos à parte, não é mais do que esforçado, quedando-se a léguas do estatuto e talento do elenco original
E o resultado final é frouxo, desinteressante e plástico.
Se Melissa McCarthy acaba por sair incólume ao “desastre” – fica até a sensação que a atriz beneficia com um desempenho mais contido e sério – o mesmo não se pode dizer do seu habitual colaborador, o realizador Paul Feig.
Não querendo fazer do realizador do Michigan o bode expiatório de tudo o que de menos bom aconteceu, mas falta fulgor, chama e até mesmo piada, a um filme que apresentava logo à partida um grau de exigência diferente do habitual para ambos.
Dos restantes intervenientes, resultados distintos, também.
Kristen Wiig não convence, sem magoa. Não que seja particularmente fã na comediante norte-americana mas a personagem que lhe coube é demasiado “americana” para criar o mínimo de empatia ou relevo.
Leslie Jones sai do anonimato e embora não dê para antecipar, no futuro próximo, o seu sucesso ou insucesso cinematográfico, fica na retina pelo à vontade, espírito e boa disposição.
Kate McKinnon será, por ventura, a maior beneficiaria com o remake. Ter uma personagem como Jillian Holtzmann ajuda mas a jovem nova iorquina convence no meio do perigoso marasmo que acaba por se revelar este “novo” Ghostbusters.
Chris Hemsworth entra e sai em aparente piloto automático, literalmente. Está tudo dito.
Quanto ao enredo nada de novo, como já deu para perceber. 4 amigas formam um grupo para estudar a (recente) atividade paranormal na cidade de Nova Iorque. Apesar da natural renitência inicial, o desenrolar dos acontecimentos, acaba por tornar Abby (McCarthy), Erin (Wiig), Jillian (McKinnon) e Lislie (Jones) em autênticas celebridades.
A ideia de recuperar sucessos passados e dar-lhes um nova roupagem, nomeadamente feminina, pode não ter começado da melhor forma. Depois de Ghostbusters, tem-se falado de The Expendables, Ocean’s Eleven.
Não sei até que ponto o resultado, especialmente de bilheteiras, deste primeiro ensaio condicionará o futuro dos restantes exemplos, já no que diz respeito às possíveis sequelas de fantasminhas, parece-me demasiado complicado de acontecer.
Mas, quem sabe…