“Star Trek: Além do Universo (Star Trek Beyond)” de Justin Lin
Depois de revitalizar o franchise Fast & Furious, pegando no série quando ninguém queria saber dela, Tokyo Drift e tornando-a num projeto imensamente lucrativo e cativante nos 3 filmes seguintes (F&F, F5 e F6), Justin Lin recebeu ofertas de todos os quadrantes.
Todos os filmes/séries de ação ficaram à disposição do jovem realizador de Taiwan que acabou por aceitar o desafio de J.J. Abrams para dar continuidade ao seu trabalho de recuperação de Star Trek, o franchise.
Depois de realizador os dois filmes anteriores, com mais sucesso no primeiro do que no segundo, deva-se dizer, Abrams comprometeu-se com George Lucas para dar sequência à saga Star Wars e assumiu meramente o papel de produtor neste terceiro capítulo dos renovados trekkies.
Ganhou The Force Awakens com um realizador visionário, perdeu Star Trek que se teve de contentar com uma abordagem quase série B.
Do ponto de vista visual, especialmente no que aos momentos espaciais diz respeito, o filme tem os seus atributos. Já nas situações mais “terrenas” nem uma “nostálgica” BMW consegue salvar o dia… Mas o problema não é propriamente este.
Sem grandes surpresas ou revelações, a história avança a um ritmo quase televisivo, tal a ausência de emoção e evolução das personagens. A dada altura, parecemos estar bem mais perante uma série de TV (de qualidade, subentenda-se) do que propriamente de um produto cinematográfico.
Não é menos verdade que a génese trekkiana sempre foram os episódios individuais de exploração intergalática. E é exatamente o que temos aqui.
A tripulação está toda de volta, ou quase (já que falta Alice Eve).
Chris Pine, Zachary Quinto, Karl Urban, Simon Pegg, Zoe Saldanha, Anton Yelchin e John Cho voltam a ocupar os seus postos enquanto a Enterprise se aventura por espaços nunca antes explorados. Yorktown, o posto avançado da Federação, será o seu último refúgio antes de aventurarem-se por entre uma chuva de meteoritos e outras ameaças imprevisíveis.
O desconhecido planeta Altamid revelar-se-à o seu destino, o problema acabará por ser como sair de lá.
Revemos velhos amigos, voltamos a partilhar as suas angústias e camaradagem mas algo me diz que se falhássemos este “episódio” não teríamos problemas em acompanhar o seguimento da história no(s) próximo(s) capítulo(s). O que nos dias de hoje é (muito) pouco.
Falta arte, engenho e coragem. A jogar pelo seguro, Justin Lin não consegue deixar a sua marca, correndo o risco, até, de condicionar as suas opções no futuro. Quem diria…
Mas nem tudo são más menos boas notícias. O 4º capítulo parece já ter entrado em pré-produção com a adição de Chris Hemsworth que, lembram-se os mais atentos, fazia de George Kirk, no primeiro filme desta nova série. Prenúncio, pelo menos, que voltaremos a ter história.
Melhores “ventos” virão, certamente!
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