“Horizonte Profundo – Desastre no Golfo (Deepwater Horizon)” de Peter Berg
Recorrentemente Hollywood aposta nos denominados disaster-films (ou filmes-catástrofe, em bom português), em forma de entretenimento. É, por norma, uma forma de testar as capacidades tecnológicas da indústria e para testar algumas teorias mais ou menos científicas do Apocalipse. Twister, Deep Impact, The Perfect Storm, The Day After Tomorrow e, mais recentemente, San Andreas, Into the Storm ou 2012.
Por norma tratam-se de acontecimentos provocados pela natureza, alguns deles bem reais, com maior ou menor influência do ser humano.
Em 2016, a aposta passou por uma incrível história verídica do maior acidente ambiental alguma vez provocado pelo homem (em terras americanas). O derrame de petróleo no Golfo do México, em 2010, fez correr muita tinta na imprensa internacional com muitas “cabeças a rolar” a nível corporativo e político … o que nunca tinha chegado às bocas do mundo foi o que aconteceu, propriamente, no epicentro da crise.
É aí que entram Mark Wahlberg e Peter Berg. Depois do sucesso de critica e público em 2014 com Lone Survivor, protagonista e realizador voltam a colaborar em mais uma história baseada em factos verídicos mas, desta vez, as consequências vão muito para lá de uma meia dúzia de soldados de elite.
São homens comuns que, confrontados com o maior pesadelo das suas vidas, não olharam a meios para minimizar as consequências de algo dantesco. Deepwater Horizon era o nome da plataforma onde homens e mulheres trabalhavam e viviam, preparando mais um poço de extração de petróleo para a BP. E quando a 20 de Abril, a estrutura colapsou, dando origem a um incomparável desastre ambiental, foram eles que, colocando em risco as suas próprias vidas, tudo fizeram para o evitar.
Sem receio de apontar o dedo, Deepwater Horizon escolhe os vilões a dedo, chamando – como se diz na gíria – os bois pelos nomes, ao mesmo tempo que enaltece o sacrifício daqueles que mesmo ultrapassando em muito as suas responsabilidades, não deixaram de tudo tentar para evitar o pior.
O engenheiro electrotécnico Mike Williams (Walhberg), responsável pela manutenção da plataforma, foi um desses heróis. Jimmy Harrell (Kurt Russell), o responsável máximo da plataforma, Andrea Fleytas (Gina Rodriguez), manobrista da plataforma e o jovem Caleb Holloway (Dylan O’Brien) são alguns dos outros heróis.
Para além da história e do desastre, há um filme que merece ser visto numa sala à medida. IMAX, certamente. Talvez até a 4DX (necessita-se de corroboração!). A dada altura, parece realmente que tudo nos vai cair em cima. Tal como tinha acontecido com Lone Survivor, Peter Berg volta a ser exímio a nível sonoro e visual, transportando-nos literalmente para o meio da ação. E não é nada confortável lá estar (no bom sentido, ok!?!). Wylie Stateman, Editor de Som, pode estar a caminho da sua 8ª nomeação enquanto que a nível de efeitos especiais não seria igualmente um surpresa que a Academia reconhecesse o trabalho efetuado.
É para ver filmes como este que (ainda) existem salas de cinema. Mais ainda as que tiram partido das novas tecnologia, como IMAX ou 4DX.
12€, 15€, 20€… seja o que for!!