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“O Herói de Hacksaw Ridge (Hacksaw Ridge)” de Mel Gibson


Mel Gibson outrora um dos nomes mais acarinhados pelo público de cinema, período que lhe gracejou inclusive um Oscar® de melhor realizador pelo transcendente Braveheart, acabou por cair em desgraça…
Na altura uma série de comentários pouco abonatórios acabaram por atirar o ator/realizador para uma longa caminhada pelo deserto, interrompida, agora, com um filme virtuoso e visceral.

Hacksaw Ridge é mais uma página do inesgotável livro de heroísmo do povo norte-americano durante a II Guerra Mundial. Parece incrível como ao fim de tantos anos, e tantos filmes, os americanos continuam a encontrar heróis tão memoráveis para preencher as telas de cinema.

Desta vez o alvo de merecida homenagem é Desmond Doss, um herói a todos os níveis improvável que se tornou no primeiro Objector de Consciência a ser galardoado com a Purple Heart pelo Congresso norte-americano. Andrew Garfield (The Amazing Spider-Man), tem aqui muito provavelmente a grande oportunidade da sua carreira. O seu desempenho minimalista tem-lhe garantido os melhores elogios e nada pode parecer mais justo. Recuperando ligeiramente o estilo de Saving Private Ryan, Hacksaw Ridge coloca-nos bem no centro de uma das mais mortíferas e decisivas batalhas da II Guerra Mundial.

Desta vez em pleno Japão, os norte-americanos encetam a sua derradeira ofensiva para derrubar o império japonês. Pelo caminho deparam-se com uma das batalhas mais sangrentas da II Guerra Mundial. Neste desfiladeiro, o objetor de consciência mais famoso do exército norte-americano, irá escrever uma das mais humildes e brilhantes páginas de heroísmo da História.
Mas recuemos um pouco. Antes do reconhecimento e da admiração dos seus colegas e superiores, Desmond Doss (Garfield) teve de enfrentar tempos de incerteza e preconceito dentro do próprio exercito norte-americano. A sua condição de objetor de consciência implicava a sua total recusa em pegar numa arma. Essa situação nunca foi bem acolhida durante a sua recruta e só anos mais tarde, após os atos de bravura ilustrados pelo filme, recebeu o devido reconhecimento dos seus pares.

A II Grande Guerra é um período que sempre me fascinou profundamente, através do cinema e não só – muitos documentários que ilustram com precisão o evoluir da Guerra, especialmente na frente europeia, fazem até hoje parte da lista de documentos visuais mais cativantes que alguma vez vi.
Alguns desses episódios já foram devidamente retratados em filmes como Pearl Harbor, ainda que aqui de forma mais ligeira; Saving Private Ryan, aqui com uma visão dura e crua da realidade desses tempos; Letters From Iwo Jima, numa invulgar e sentida visão do “outro lado” do conflito ou Schindler’s List.

Indiferentemente da forma, é uma época fascinante em que o ser humano se supera, para o mal e para o bem, deixando um legado que nunca deve ser esquecido.
O cinema tem feito o seu papel, recuperando heróis e vilões desses tempos extraordinários. E como é apanágio da sua obra, Mel Gibson não se incomoda em demonstrar a realidade visceral da própria guerra.
Tal como tinha acontecido em Braveheart, The Passion of the Christ e mesmo em Apocalypto, o realizador australiano mão se acanha em demonstrar de forma bem visual o lado mais negro e doloroso da guerra.

Depois de Hacksaw Ridge acredito que o nome de Mel Gibson voltará a ser apresentado no poster e no material promocional dos seus filmes…
Ou será que vamos ter de esperar pela nomeação do filme ao Oscar®?

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  1. José diz:

    Excelente post! mt bem redigido. Simples e interessante 😉

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