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“Beleza Colateral (Collateral Beauty)” de David Frankel


Ainda antes de “entrar” em 2017… temos umas contas para acertar com 2016.

Ora aqui está um bom exemplo de uma boa ideia… tão mal aproveitada.

Um realizador competente, um elenco 5 estrelas, um enredo curioso… mas que, no entanto, desde cedo deixa bem explícito o seu rumo, detalhes e desenlace.

Às vezes a “experiência” cinematográfica tem destas desvantagens. Mesmo que inconscientemente, procuramos incessantemente por respostas e quando as “migalhas” são deste tamanho, não é difícil juntar as pontas. E sem qualquer factor surpresa, fica tudo mais complicado.
Nem mesmo o currículo de David Frankel (The Devil Wears Prada, Marley & Me ou Hope Springs) ou talentos como Helen Mirren, Edward Norton ou Kate Winslet, conseguem fazer de Collateral Beauty algo mais do que um razoável telefilme.

Amor. Tempo. Morte.
(Os) 3 temas fundamentais do Universo são o foco de um filme que não fosse o desleixo com que é feito, seria memorável.
Howard (Will Smith) vive totalmente alheado do mundo, deixando de lado a família, o emprego e os amigos. A morte da sua filha, ainda criança, deixou uma ferida demasiado profunda e, sem qualquer sentido para a vida, pouco lhe resta.
O seu desespero leva-lo-á a confrontar o próprio Universo, escrevendo (e enviado pelo correio) cartas para o Amor, o Tempo e a Morte. Que, eventualmente, lhe acabarão por “responder”…

Há algo de profundamente belo e sincero na conceptualização do filme. Mesmo abstrata, a ideia de confrontar o Universo, como medida extrema em casos de desespero, parece-me um ótimo ponto de partida para um filme. Mas não basta ficar por aí.

Helen Mirren, Keira Knightley e o jovem Jacob Latimore desempenham o seu papel com segurança e competência mas num filme tão ambicioso seria expectável outra sagacidade.

Se havia algo de tão mágico para contar, porque não guardar o segredo mesmo até ao finalzinho ou alimentar essa magia e completar os momentos mais dramáticos com outra leveza?
Nem é tanto uma questão de gostar ou não gostar. É mesmo o desaproveitamento do material e ferramentas existentes.

É emotivo, honesto e inteligente mas não tem punho para acompanhar as expetativas. Com um elenco desta qualidade, não nos podemos contentar com o… mediano.

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  1. Julieta Souza diz:

    Pessoalmente gostei apesar das críticas negativas que eu li até agora. Para mim, Beleza Oculta tem uma boa trama, leve bom ritmo ao inicio e as atuações seguem com o seu objetivo de transmitir emoções e provocar reflexões profundas sobre a vida. Eu acho que é um dos melhores filmes com Will Smith do gênero de drama pela grande história que teve. Se alguém ainda não viu, eu recomendo amplamente. Eu acho que vale a pena ver por causa de seu grande elenco. Vocês vão gostar com certeza.

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