“Girls Night (Rough Night)” de Lucia Aniello
Por muito que nos custe dizer mas é uma das grandes desilusões deste Verão cinematográfico.
Mistura de The Hangover com Weekend at Bernie’s, mas na versão feminina, este Rough Night tinha o elenco, o ponto de partida e o momento (de afirmação das estrelas e do público feminino) do seu lado… mas ficou longe, bem longe.
Nem é tanto a qualidade do humor apresentado é, invariavelmente, a inexistência de humor. Que o registo seria forçado e desbragado já estaríamos plenamente à espera mas, após um pontapé de saída competente, o enredo embrulha-se por caminhos estranhos, desinteressantes e, sobretudo, sem grande piada.
Nada contra o humor na versão feminina, bem pelo contrário. Porém, mesmo que recheado das suas particularidades, o objetivo primordial terá de ser sempre o de fazer rir, divertir ou, pelo menos, descontrair. Infelizmente não foi o caso. Mais ou menos a meio do filme, começamos a temer o pior… e acabamos rendidos às evidências.
O enredo já de si descontrolado torna-se errático e desconexo. A multiplicação de sketches toma, por completo, controlo do filme e sem fio que conduza a narrativa pouco ou nada se aproveita. Aqui e ali temos direito a uma boa gargalhada mas à medida que o filme se aproxima do seu desenlace mesmo essas revelam-se cada vez mais esporádicas e contidas.
Totalmente focada na sua carreira e candidatura ao senado – e no seu namorado – Jess (Johansson) perdeu quase por completo o contacto com as amigas. Mas, por um fim-de-semana, Alice (Jillian Bell), Blair (Zoë Kravitz) e Frankie (Ilana Glazer) juntar-se-ão de novo a Jess para a sua despedida de solteira. Destino: Miami. Uma luxuosa mansão à beira-mar. Noitadas, copos e drogas. E, diretamente da Austrália Pippa (McKinnon), a sua mais recente “melhor-amiga”.
Uma festa (pouco) inocente tornar-se-á inesquecível quando o stripper contratado para entreter Jess, cai morto na sala de estar.
É realmente estranho que malta deste calibre e, nalguns casos, com uma carreira invejável arrisque tanto em filmes como este. É evidente a sua preocupação ao longo do filme em fazer o melhor mas a dada altura não há mesmo ponta por onde se lhe pegue.
Acredito que haverá um público que de forma totalmente descontraído e descomprometida, encontre motivos para apreciar o esforço e o espírito da obra de Lucia Aniello. Mas não será, de todo, por cá.
Melhores dias virão. Seguramente.