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“Baywatch – Marés Vivas” de Seth Gordon

Havia uma razão por detrás do sucesso, nos anos 90, na série Baywatch (conhecida por Marés Vivas, em Portugal) que ia muito para lá dos corpos esculturais e voluptuosos das suas protagonistas… e, justiça seja feita, dos seus protagonistas.

Por entre as roupas diminutas e a intriga minimalista – que servia apenas para dar que fazer aos seus protagonistas – havia toda uma atmosfera veraneante, repleta de sol, calor, água, praia e corpos bronzeados, que nos chamavam para esse estado permanente de diversão e enamoramento. Quem, na plenitude das suas funções, não daria tudo para estar lá, nem que fosse durante os 30m que durava cada episódio?

E era isso que acontecia. Fosse na estreia dos episódios no nosso país, ou nas inúmeras reposições que se seguiram, o regresso a casa após mais um dia de praia era invariavelmente antecipado para poder conviver com aquela praia californiana e os seus frequentadores.

E foi isso que o filme de Seth Gordon não conseguiu transpor para a 7ª arte. Os corpos, os bronzeados, até a intriga de trazer por casa, correspondem minimamente ao que estávamos habituados mas, e em especial a nova geração, não conseguirá perceber esse fascínio que acompanhava as aventuras de Mitch Buchannon e da sua equipa de nadadores-salvadores.

O humor desbragado não ajuda, tornando o sarcasmo característico da série em masoquismo sensaborão e a praia, sobretudo a praia, é demasiado fria, impessoal e distante. Pode até estar sol, calor e mesmo pouca roupa a tapar as curvas das moças e dos moços mas não é suficiente para ser convidativa. E é uma pena que assim seja.

Mitch Buchannon (Dwayne Johnson) não gosta de se ficar pelas suas funções de nadador-salvador. Todo e qualquer vigarista que surja na outra ponta dos seus binóculos está sobre a sua jurisdição, especialmente se se tratar de um ex-nadador olímpico (Zac Efron) em “recuperação”. E se o comportamento do seu mais recente “estagiário” é apenas deplorável, já a conduta da exótica Victoria Leeds (Priyanka Chopra) é a todos os níveis suspeita. Drogas, tubarões, incêndios, corrupção são alguns dos indícios que Mitch e a sua equipa irão investigar.

Não sei se a semi-desilusão condicionará futuras aventuras. A equipa de nadadores-salvador, talvez com um ou outro ajuste, parece realmente funcionar. Falta aprofundar alguma cumplicidade e camaradagem mas ficou a plena sensação que a fórmula tem imenso potencial. Desde que aproveitada de forma mais condizente com o ambiente descontraído e caloroso que a série nos habituou.

Primeira sugestão, trocar as praia da Florida por Malibu (tal como na série), pode ser?!?
Segunda, deixar de parte as piadas mais badalhocas. Mais vale mostrar uma bocadinho mais de pele do que tentar ser engraçado à força.
Terceiro, esquecer os efeitos especiais e arranjar uns duplos que dêem o corpo ao manifesto em vez dos “confetis” digitais que foram utilizados.
E, por último, arranjar alguém que escreva uma história com pés e cabeça.

  

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  1. Baywatch: Marés Vivas: 4*

    É um filme bastante bom e gostei muito do que vi, não percebo todo o hate que isto tem tido.

    Cumprimentos, Frederico D.

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