“Assassino Americano (American Assassin)” de Michael Cuesta
Já vi franchises começarem por bem menos!!
Mitch Rapp, o agente anti-terrorismo que nasceu da caneta de Vince Flynn chega agora ao cinema, 18 anos após a sua estreia no papel. E não seria surpresa nenhuma se voltasse para mais! Pelo menos, material de base não lhe falta.
Se a escrita ou pelo menos a história criada por malograda autor norte-americano tem uma relevância e autenticidade contemporânea – para lá da consistência e inteligência que a enquadra – é igualmente de louvar a presença e competência do jovem Dylan O’Brien.
Nascido para o cinema graças à saga Maze Runner (cujo desenlace chegará, finalmente, às salas de cinema no início do próximo ano – depois de uma longa produção motivada por uma lesão sofrida pelo seu protagonista), o jovem nova-iorquino agarrou “pelos cornos” a oportunidade para crescer e assume com grande à vontade um papel bem mais maduro e exigente.
Referência ainda para Michael Keaton que continua o seu impecável papel de mentor, juntando Dylan O’Brien a Tom Holland no rol de jovens atores com quem partilha a sua vastíssima experiência.
Após um brutal episódio, Mitch (O’Brien) pretende apenas vingança. Os terroristas que marcaram as suas férias em Ibiza passarão a fazer parte do seu dia-a-dia e enquanto se prepara para os eliminar, o jovem revela um comportamento, no mínimo, instável. Sob o olhar atento da CIA e em especial do veterano agente Stan Hurley (Keaton), Mitch prosseguirá a sua “aprendizagem” com os naturais reveses e percalços de um jovem irreverente, ansioso e determinado.
Michael Cuesta que já tinha sido responsável pelo explosivo Kill the Messenger, volta a confirmar pergaminhos, especialmente do que ao cinema de ação e espionagem diz respeito. Eletrizante é seguramente a palavra certa para definir ambos os filmes com a vantagem de em American Assassin ter um fantástico romance como material de inspiração.
Nota menos positiva apenas para a ausência de efeitos colaterais. Centrado por completo nos seus protagonistas, o filme parece esquecer as consequências de grande parte dos seus momentos mais viris, roubando à história alguma da autenticidade que inicialmente chega a ser dolorosa. É o único senão, num filme competente e inteligente que não deixará os fãs do género desiludidos.
A título de curiosidade interessa referir que antes de contar a história da origem de Mitch Rapp, Vince escreveu 10 outras aventuras do agente. Qualidade não lhe falta e se o público aderir será mais que natural que Dylan e Mitch voltem a cruzar-se muitas, e muitas vezes.
Cá estaremos para apreciar… tão ou mais quanto este primeiro capítulo!
Para mim 2*, uma desilusão