“Geostorm – Ameaça Global” de Dean Devlin
Não foi a qualidade do filme, dos desempenhos, nem tão pouco dos efeitos especiais, que me deixaram desconsolado. Foi mesmo o facto de não cumprir com o seu designío… de filme-catástrofe.
Todas – e quando refiro “todas” são realmente “todas”! – as cenas de catástrofe surge(m) no(s) trailer(s) de promoção do filme. Toda a destruição apresentada no filme foi condensada nos dois minutos e picos do(s) trailer(s), criando uma falsa noção quanto ao rumo da história e quanto ao próprio estilo do filme.
No lugar de um filme-catástrofe temos um filme de ação e aventura que a momentos faz lembrar as aventuras espaciais de James Bond, da era Roger Moore. Com isto podemos concluir que Geostorm é (ou pelo menos tenta ser) um filme bem mais completo, a meio caminho entre a intriga e conspiração política e o filme de ação. O senão é que era suposto ser catastrófico.
Gerard Butler faz o seu trabalho, num misto de cientista e action hero com a credibilidade que essa dualidade permite. Demoramos a perceber as suas motivações e convicções mas no que ao seu desempenho mais musculado diz respeito, está categórico como sempre.
Jim Sturgess, no papel de Max Lawson, é o irmão e confidente de serviço do protagonista. Nunca chegamos a perceber muito bem quem ele é de facto e o que pretende em concreto mas o filme garante-lhe o palco necessário para a sua natural redenção.
As moças, Abbie Cornish (que ainda recentemente surgiu em 6 Days) e a romena Alexandra Maria Lara (que continua a “dar uma perninha” em Hollywood para “pagar as contas”), fazem o seu papel de coajuvantes femininas. Ajudam a compôr o ramalhete e ficam bem na tela.
Num mundo (distante?!?) em que um sistema de satélites garante a estabilidade do cada vez mais frágil clima terrestre, o surgimento de algumas anomalias, aparentemente aleatórias, obrigará as potencias mundiais (aka os EUA) a investigar de forma basstante cuidadosa a origem desses incidentes.
Jake Lawson (Butler), um dos mentores do projeto, é chamado a avaliar localmente (i.e. na Estação Espacial Internacional) o porquê dos recentes fenómenos climatérios extremos. O que descobre é algo bem mais assustador do que estaria à espera e a tempestade global parece inevitável.
Pelo referido anteriormente dá para perceber que (a afamada) Geostorm não será muito mais uma miragem com alguns apontamentos dantescos. Butler confirma o seu estatuto de super estrela num filme que, arrisco-me a dizer, rapidamente cairá no esquecimento.
Não era isto que estávamos à espera e, por norma, isso é um erro tão fatal no cinema como em qualquer outra área.
“Geostorm — Ameaça Global” reata o tema das alterações climáticas, com o sonho de roubar o pódio ao clássico O Dia Depois de Amanhã.
Assisti a este filme com alguma expectativa. Não esperei que alcançasse a perícia do realizador Roland Emmerich ao conceber O Dia Depois de Amanhã e ainda bem! O enredo é satisfatório, embora tenha algumas cenas demasiado forçadas e óbvias. Fiquei mal impressionado com os efeitos visuais, que me recordaram as tardes a ver os filmes do canal Scifi, engraçados e sem orçamento para enfeites.
Apesar de tudo, “Geostorm” não deixa de ser um filme agradável para se ver numa tarde de domingo, onde as dimensões reduzidas da televisão reduzirão as limitações dos efeitos visuais.
Rating: 2,75 estrelas