“Wonder – Encantador” de Stephen Chbosky
Que lição de/para a vida!
Pois, fomos todos a pensar que o filme era sobre um rapaz especial que supera dificuldades e preconceitos para se tornar único, e somos surpreendidos por um filme que, para além disso tudo, é uma obra sobre a relatividade das vidas de todos nós!
Muitas vezes, por puro egoísmo ou simples distração, somos levados a crer que o resto do mundo é feliz, bem sucedido, perfeito mas a realidade (do outro lado) é bem mais complexa e, por norma, sombria. Problemas, dificuldades, inseguranças e deslizes todos temos… por mais imaculadas que as nossas vidas possam parecer.
Auggie é o epicentro do filme e do dia-a-dia da sua família. Uma doença genética obrigou-o a submeter-se a mais de 25 operações plásticas e, agora, com apenas 10 anos terá o primeiro verdadeiro contacto com o mundo exterior, ao deixar o conforto e carinho da escola doméstica para se aventurar no ensino regular.
Aa suaa características fisionómicas não passam despercebidas aos seus novos parceiros e perante uma “plateia” sem filtro – típica dos miúdos da sua idade – o resultado é totalmente imprevisível!
Jacob Tremblay é o “rosto” de um filme profundamente humano e emotivo. O menino (de Room) volta a encantar tocando todos e cada um de nós. Mas não é só Jacob. É a confiança, o charme e a ternura de Julia Roberts. O orgulho, a perspicácia e o humor de Owen Wilson. A juventude, a mágoa e a admiração de Izabela Vidocic. E a preciosa presença de Sonia Braga (a avó), Noah Jupe (o amigo) ou Danielle Rose Russell (a amiga da irmã).
Será escusado dizer que a emoção e aquela angustiante alergia nos olhos (mais conhecida como lágrimas) são totalmente obrigatórias. Mas não é aquela comoção exacerbada e fácil é, sim, um misto de humor, amor e alegria.
Alguns dias passados continuo sem ter a certeza se é “melhor” ser pai, filho, irmão, avô ou amigo, para sentir na plenitude a história que acabámos de viver.
Dos mais belos e surpreendentes filmes do ano. Seguramente!!
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