“Black Panther” de Ryan Coogler
Depois dos Oscars®, seguimos para o filme do momento, à escala mundial!
Curiosamente, apesar de ser um fã incondicional dos filmes de entretenimento baseados nos super-heróis da BD, e em especial do Universo (Cinematográfico) Marvel, não consigo partilhar do efervescente entusiamo em torno do mais recente filme de Ryan Coogler.
A entrada em cena de Black Panther (aka Prince T’Challa), no agregador Captain America: Civil War, deixou uma enorma expetativa em torno do seu futuro cinematográfico, tanto em Wakanda (i.e. nos filmes a solo), como à escala Avengers.
Ainda assim, para lá da evolução cinematográfica dos até aqui super-heróis de ferro e aço e da sua aproximação aos heróis de carne e osso (veja-se as semelhanças entre a cena na Coreia do Sul e a de Macau em Skyfall), ficam-me duas ou três personagens do melhor que a Marvel transpôs para a 7ª arte e um enredo fraquinho que culmina numa batalha (pelo trono) altamente previsível, infantil e desinspirada.
Curiosamente o grande “prejudicado” com o rumo do filme parece ser mesmo Chadwick Boseman que vê o seu Black Panther perder densidade e relevância face ao vilão encarnado por Michael B. Jordan – coincidentemente, ou talvez não, habitual colaborador do realizador Ryan Coogler. Mas, igualmente para Letitia Wright (e a sua Shuri, irmã de T’Challa) que promete dar que falar nos próximos filmes da Marvel e, até certo ponto, para Lupita Nyong’o que demonstra bem maior frescura e incerteza quanto ao rumo da sua Nakia.
Após a morte do seu pai, T’Challa (Boseman) está de regresso ao seu país natal para assumir o trono do Wakanda. O processo de transição não podia estar a correr de forma mais natural mas quando uma missão no exterior – mal sucedida – provoca algum desconforto no novo rei e nos seus aliados, um pretendente emerge do passado para disputar o trono e provocar uma revolução na subterfúgia nação africana.
Lá diz a velha máxima do cinema que um filme de super-heróis é tão bom quanto o seu vilão… mas não basta! Erik Killmonger, mesmo com uma origem algo débil, é uma personagem poderosa, temível e coerente mas a dada altura fica a ideia que não tem mais nada para oferecer (ao filme) e mais do que derrotado pelo herói de serviço, parece deixar-se levar pela normalidade do género.
Wakanda continua a ser um enigma, a tecnologia não pára de nos surpreender… e nem dá para imaginar o que aí vem em Infinity Wars e respetiva sequela. Esperemos apenas que a dinâmica entre as personagens locais possa melhorar e tirar partido do espirito mais leve imprimido por Shuri e as suas invenções.
Pelas mãos de Coogler, Blanck Panther tornou-se numa espécie de Black Bond, com direito a engenhocas, drama, humor, charme, ação e licença para matar. Mas Bond só há um e a pantera tem o seu próprio Universo e dos seus aliados naturais (de seu nome Avengers) com que se ocupar.
O herói não ganhou estatuto com este filme a solo, já os seus conterrâneos e o país que governa parecem talhados para revolucionar o MCU e tornarem-se em figuras centrais da Fase IV do Marvel Cinematic Universe.
Wakanda forever!
Mesmo que este tiro de partida pareça ter sido dado com pólvora seca…
-
Pingback: “The Incredibles 2: Os Super-Heróis” de Brad Bird – Doces ou Salgadas?