“The Equalizer 2 – A Vingança” de Antoine Fuqua
Denzel Washington e Antoine Fuqua continuam em grande forma, na primeira experiência de ambos numa sequela.
Porém, mesmo com um início auspicioso e um filme globalmente competente, o enredo acaba amorfo e previsível, fazendo lembrar os muitos filmes de ação, série B, que vão chegando às salas de cinema.
Muito próximo do estilo Jason Statham, em que a forma supera largamente o conteúdo, este The Equalizer 2 não compromete um milímetro da herança do filme inicial mas, justiça seja feita, a história de Robert McCall e Teri (Chloë Grace Moretz) em The Equalizer, é incomparavelmente mais atraente do que esta Vingança.
Curiosamente, tantas e tantas vezes Denzel e outras estrelas de Hollywood recusaram retornar a personagens queridas perante a ausência de um argumento que o justificasse. É verdade que, no geral, o caminho seguido aprofundava a personagem e as suas relações mas a última meia-hora deixou, em nosso entender, algo a desejar.
McCall segue a sua vida de “lobo solitário” rodeado de desconhecidos e/mas amigos. Bom samaritano e atento a tudo o que o rodeia, o antigo operacional voltará ao “ativo” por culpa da sua amiga de longa data, Susan Plummer (Melissa Leo), envolvida num perigoso e surpreendente caso de contra-espionagem.
Para além de Washington, Leo e de Bill Pullman, todas as outras caras presentes neste sequela são novidade na saga. Pedro Pascal que alcançou grande reconhecimento graças à sua participação nas séries Game of Thrones e Narcos (e que tem vindo lentamente a fazer a transição para cinema em filmes como Kingsman 2 ou The Great Wall), é o nome mais sonante no que a novidades diz respeito. Nota ainda para a presença do jovem Ashton Sanders (Moonlight) que num papel modesto mas relevante, pode ter encontrado aqui um “padrinho para a vida”, em Denzel.
Para lá de considerações mais profundas, The Equalizer 2 é um competente filme de ação, com algumas cenas bem “dolorosas” – dái o M/16 – que tira partido do carisma do seu protagonista e de uma personagem ambígua e bem construída… mas que inesperadamente perde fôlego no seu último terço.
Parece haver vontade de todas as partes para um terceiro capítulo. Oxalá venha mesmo a aontecer, porque seria uma pena que Robert McCall se despedisse da 7ª arte sem “dar tudo o que tem!!”.