“O Espião que me Tramou (The Spy Who Dumped Me)” de Susanna Fogel
Se Mila Kunis é, de facto, a protagonista deste The Spy Who Dumped Me, Kate McKinnon é, de facto, o motivo porque nos iremos lembrar dele.
Não é fácil, à distância, perceber até que ponto a atriz do SNL está a representar ou se ela é mesmo assim – desbocada, tresloucada, endiabrada – mas a “sua marca” é indisfarçável e duradoura. É o típico humor norte-americano, exagerado, a esticar os limites e expressivo mas, no caso da atriz nova iorquina, invariavelmente coerente, educado e genuinamente engraçado.
É ela que dá vida a uma história simples e, como seria de esperar, algum incoerente e maluca. Pode parecer um contrassenso mas no meu de tanta loucura aquilo que queremos nos prende é a expetativa pelo próximo gag da sua Morgan Freeman.
Mila, ou na tela Audrey Stockton, acaba por ser a normalidade. O papel de namoradinha da america ainda lhe cai bem, especialmente numa América que se quer diversificada, diferente, abrangente. A atriz de Black Swan tem-se dedicado a filmes mais ligeiros (ao que não será alheio o recente nascimento dos seus dois filhos) mas a promessa de outros voos continua presente!
Audrey e Morgan aventuram-se por terras europeias depois da primeira descobrir que o seu enigmático ex-namorado é, na verdade, um intenso espião norte-americano. Entre mal entendidos, perigosas perseguições e tiroteios, as duas amigas vão divertir-nos à grande.
É grande que o filme tem os seus atropelos narrativos e geográficos, viajando sem grande critério entre Berlim, Paris e Amesterdão mas do que ao humor e ação diz respeito não nos podemos queixar (muito).
Foi um típico filme de final de Verão. Ligeiro, passageiro e agradável como qualquer pôr-do-sol alaranjado que se preze.
Foi bom… enquanto durou.
O Espião que me Tramou: 1*
Eu ri com o filme mas ri apenas porque é estúpido, uma desilusão.
PS, eu vejo as duas como protagonistas.
Cumprimentos, Frederico Daniel.