“The Incredibles 2: Os Super-Heróis” de Brad Bird
Junto a Black Panther, este Incredibles 2 encabeça esse sui generis grupo de filmes de 2018 que apesar de comummente rotulados como obras superiores, simplesmente não nos caíram no goto.
14(!!) anos depois, Brad Bird está de regresso com uma das mais aguardadas sequelas da história (recente) do cinema (de animação). Foram anos de enorme expetativa e alguma pressão para encontrar as ferramentas certas para superar, ou pelo menos respeitar, o legado deixado pelo seu antecessor.
No que diz respeito ao legado, este permanece intocável, já a parte de superar, não temos dúvidas que este segundo capítulo ficou aquém do filme original. Objetivamente até podemos compreender uma avaliação equiparável mas nos últimos 14 anos se há género que sofreu tremendas alterações – nomeadamente ao nível do elevar da fasquia – foi o dos super-heróis. E o mesmo se poderá dizer do cinema de animação.
São inegavelmente outros tempos no que a ambos os géneros diz respeito e Incredibles 2 não acompanha essa (r)evolução. Brad Bird continua a (des)construir personagens bastante suculentas, especialmente no que à família Incredible diz respeito, mas em última análise, a história contada é demasiado previsível e desinspirada.
Visualmente o cinema de animação continua a encantar e o regresso de Craig T. Nelson, Holly Hunter ou Samuel L. Jackson para dar voz a Mr. Incredible, Elastigirl e Frozone, respetivamente, contribuiu para engrandecer ainda mais o potencial do filme. Mas não foi suficiente.
Curiosamente, após um começo bastante promissor e um segundo acto consistente, o filme acaba por deitar bastante a perder com um desenlace a lembrar Speed 2: Cruise Control. E está tudo dito!
Não basta ser bonito e bem feito, convém ser fresco, original e supreendente, e nesse capítulo o filme peca de forma totalmente inesperada!
Pela rua da amargura, os Super-Heróis e nomeadamente a família Incredible, são cada vez mais vistos como um risco para a segurança pública, do que propriamente como os “salvadores da pátria”. Numa estratégia para lavar a imagem, Elastigirl é chamada a assumir as despesas profissionais da família, enquanto Bob fica encarregue das crianças… numa altura em que Violet atravessa os primeiros desafios da adolescencia, em que Dash não consegue conter a sua curiosidade e em que Jack-Jack começa a mostrar os seus “dotes”.
Às vezes esquecemo-nos que na sua génese a larga maioria dos filmes de animação são destinados exlusivamente ao público (mais) infantil. Mas há, também, a Pixar que nos tenha mostrado que não há idade para nos maravilharmos com a bonecada.
… ou pelo menos assim era até à Disney absorver os premiados e amados estúdios do cinema de animação.
Foi bom. Mas não chegou a ser Incrível!!