“O Predador (The Predator)” de Shane Black
Ainda não foi desta.
Já lá vão mais de 30 anos e Arnold Schwarzenegger (e o filme de John McTiernan) continua a ser a grande referência no que à mítica personagem extra-terrestre com um apurado instinto de “matança”.
Danny Glover, Adrien Brody e até o Alien tentaram fazer vir ao de cima o melhor de Predator mas por um motivo ou por outro, nunca com o mesmo sucesso, o mesmo impacto e, sobretudo, a mesma intensidade do filme original.
A versão de Shane Black tem, reconheça-se, o condão de torná-lo mais humano do que nunca (pelas variadas razões que o filme se encarrega de explorar) mas invariavelmente fica a sensação de déjà vu e, acima de tudo, de potencial desperdiçado.
Com alguns momentos dilacerantes, a roçar a violência visualmente explícita, este The Predator tenta a colagem aos seus antecessores mas a dada altura falta-lhe motivo para tamanha matança. Sendo, ainda mais inconsistente quando coloca bem no centro da ação o jovem e, reconheça-se, amplamente talentoso, Jacob Tremblay.
O seu Rory McKenna acaba por revelar-se totalmente decisivo no desenrolar da ação, ao lado de Boyd Holbrook no papel de Quinn McKenna, o ranger do exército norte-americano que inicia “contacto” com o novo extra-terrestre, e pai de Rory.
Destaque ainda no elenco para a presença de Trevante Rhodes, aliás com grande à vontade e estilo, Olivia Munn, Thomas Jane, Keegan-Michael Key e, uns furos acima dos demais parceiros Sterling K. Brown.
Aproveitando a história da saga, este The Predator apresenta um planeta terra “habituado” às visitas extra-terrestres e com uma agência governamental especializada em recuperar elementos e informação sobre essa raça superior. Will Traeger (Brown) é o seu principal agente no terreno mas o seu trabalho vai complicar-se quando Quinn (Holbrook) e os seus colegas estabelecem contacto com um novo espécime… e prometem não recuar.
Recheado de surpresas e reviravoltas, Shane Black segue em busca de um novo rumo para a saga. Essa preocupação é cada vez mais evidente à medida que o filme se aproxima do seu desenlace, mesmo sacrificando a sua qualidade intrínseca.
Faltou chama! O famoso click que transforma filmes em fenómenos.
Talvez, talvez mesmo, a sequela chegue e tudo se resolva.
Resta esperar para ver.