“Johnny English Volta a Atacar (Johnny English: Strikes Back)” de David Kerr
E pensar que passaram-se 15(!!) anos…
Corria o ano de 2003 quando Johnny English transformou o Mr. Bean num agente secreto… ao “bom” estilo James Bond.
Rowan Atkinson será para sempre Mr. Bean, um típico britânico que se mete em alhadas a cada passo. Mas em paralelo com essa figura mítica da cultura/comédia mundial, o famoso ator inglês deu ao mundo, também, o mais trapalhão dos espiões da ficção cinematográfica. E(m) três filmes.
Johnny English, Reborn e este Strikes Back têm em comum o humor britânico que Atkinson tão bem personifica mas, também, a permanente sensação que o franchise podia – e devia!! – ser algo substancialmente mais qualitativo.
Em linha com os filmes anteriores, este terceiro capítulo tem os seus momentos profundamente hilariantes, dignos de qualquer sketch de eleição mas, globalmente, o enredo é fraco, recheado de lacunas e pouco exigente.
O enredo segue de forma algo trivial enquanto Rowan e a sua equipa encadeia cenas de alta qualidade cómica. Por vezes, a “cola” que devia unir as peças não é lá grande coisa mas ninguém irá esquecer a cena da realidade virtual ou da noitada no hotel francês.
Globalmente o filme cumpre o que prometeu. Bom entretenimento, humor rasgada, tipicamente britânico mas várias vezes de elevado grau cómico. As personagens secundárias, nomeadamente os vilões de serviço deixam bastante a desejar mas temos sempre Bough (Ben Miller), o fiel assistente de Johnny English, para “compor o ramalhete”.
Numa era da tecnologia apenas um agente de outros tempos estará a salvo de uma fuga de informação. Johnny English (Atkinson) é o último da velha guarda – vá-se lá saber como?!?! – a apresentar-se ao ativo.
Segue-se um intenso(??) trabalho de investigação, só ao alcance de alguém com um set of skills realmente… peculiar.
Emma Thompson, Olga Kurylenko, Jack Lacy, uma velhota e um grupo ciclistas franceses, compõem o elenco que se divide entre a Riviera Francesa, a capital britânica e um castelo escocês.
As motivações dos vilões, e dos menos maus, têm a densidade de uma folha de papel (de 70grs), assim como as suas decisões. Mas, no fundo, do fundo, ninguém quer saber.
Com a escassez de filmes do género, por estes dias, nas salas de cinema, o espetador deixa-se levar, ri, desculpa os atropelos, volta a sorrir e deixa a sala com um sabor doce (das pipocas?) na boca.
Guilty Pleasure?
Pode ser!!