“Sete Estranhos no El Royale (Bad Times at the El Royale)” Drew Goddard
Drew Goddard está longe de ser um nome reconhecido na 7ª arte mas isso não ter dizer que não seja um nome conceituado!
A razão deste contrasenso The Cabin in the Woods. Passaram-se 6 anos desde que Goddard estreou-se na cadeira de realizador com um filme que deixou a sua marca… mesmo sendo um filme de terror disfarçado de comédia juvenil.
Claro que o facto de Goddard ser, também, o argumentista de Cloverfield, World War Z ou The Martian… ajuda.
Mas foquemo-nos no El Royale.
A fama de Goddard garantiu-lhe um elenco de luxo nesta segunda experiência atrás das câmaras. Chris Hemsworth volta a trabalhar às suas ordens, depois de ter saltado para as luzes da ribalta ao protagonizar o anterior filme. E ainda Dakota Johnson, Jeff Bridges, Jon Hamm, Cynthia Erivo. E não só!
Para além dos envolvidos, o El Royale tem uma mística deliciosa e, sobretudo, um ponto de partida fantástico. Sete estranhos que se cruzam num manhoso motel, na fronteira da Califórnia com o Nevada. Corredores estreitos, espelhos, segredos, perigos imprevistos, suspeitos, surpresas.
A primeira metade do filme é realmente tentadora. Um pouco no espírito do que Goddard criou na sua obra anterior mas com desempenhos, suspense e reviravoltas ainda mais contundentes. Porém – e por estes dias parece haver sempre um “mas” – a dada altura o filme muda ligeiramente de rumo e ainda que de forma competentíssima, não supera as expetativas criadas.
Sete estranhos cruzam caminhos num motel de estrada, o El Royale, Ninguém promete ser realmente quem aparenta ser mas isso é apenas o começo. E há medida que o enredo começa a revelar-se, a imprevisibilidade quanto às motivações e destino de cada umas das personagens prendem até o mais exigente dos cinéfilos à cadeira.
Pode ser meramente uma questão de gosto pessoal mas depois de ter ficado deslumbrado com o rumo que Goddard deu a The Cabin in the Woods… soube a pouco.
Destaque para o papel da estreante Erivo e do veterano Bridges, numa combinação de opostos que funciona em pleno. No outro extremo, foi, curiosamente, Hemsworth – ou pelo menos a sua personagem – quem mais me “desiludiu”.
Foi bom… mas durante um bom tempo havia (no ar) a sensação que seria fantástico.
Mas não foi.