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“Isto é Vida! (Life Itself)” Dan Fogelman

Numa frase: fica a ideia que Dan Fogelman tentou condensar em menos de 2h00, uma minissérie de 6 (ou mais) episódios!

Quando um filme com um elenco e uma equipa desta qualidade não chega ao nosso país envolto uma áurea de imenso apreço, é porque anda tudo cego… ou há algo que não funciona de todo.

Quanto aos desempenhos nada a apontar. Oscar Isaac continua a cimentar uma carreira irrepreensível, Olivia Wilde cumpre em pleno a sua função e a mistura de veteranos (Antonio Banderas, Annette Bening e Mandy Patinkin) e juventude (Olivia Cooke, Laia Costa e Àlex Monner) dá consistência e frescura a um elenco de reconhecida qualidade.

Dan Fogelman não tem nada a comprovar. This is Us é uma das séries de maior sucesso da atualidade e o seu percurso na 7ª arte inclui, em outros, o argumento de Crazy, Stupid, Love.. Mas, o seu trabalho como realizador contava, até agora, apenas com o apreciado pela crítica mas esquecido pelo público, Danny Collins

Fica, efetivamente, a ideia que o argumentista, agora realizador, tem um talento para a escrita, bastante superior ao da realização. Com um registo melodramático, bem humorado, jovial e certeiro, é-lhe impossível não criar uma forte empatia com o público, mas fica a clara noção que falta algo para transpor esse talento da escrita para a realização.

A forma como as histórias se interligam e, sobretudo, como evoluem individualmente, é preciosa. A imprevisibilidade e emotividade marcam cada momento e deixam o espetador na incerteza quanto ao rumo da história durante a larga maioria do filme.

O “mas” da equação é que fica a evidente sensação que é tudo bastante apressado. Falta tempo para digerir (convenientemente) alguns dos momentos chave do filme, ao passo que, várias vezes, os momentos mais melancólicos prolongam-se para lá do desejável.

Will (Isaac) e Abby (Wilde) vivem apaixonadamente cada momento da sua arrebatadora relação. Mas quanto encontramos Will algo de profundamente marcante sucedeu. Algo que toldará para sempre o futuro (e o passado) de ambos e de todos que os rodeiam. Algo inquietante, imprevisível e doloroso. Algo transcendente.

O filme guarda em si uma mensagem imensamente poderosa à qual é impossível ficar indiferente. Porém, a dado momento, ficamos com a clara a sensação que não são mais do que truques habilmente colocados para nos fazer sentir, ao invés de algo real e revelador.

Foi bom, mas havia ali matéria-prima para ser magnífico!

   

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