“Creed II” de Steven Caple Jr.
Há toda uma nova geração de espetadores para seduzir…
De uma só assentada Creed (II) homenageia e tira proveito de legado deixado por Rocky Balboa – e, porque não, por Apollo Creed… e Ivan Drago!!
33 anos depois de Rocky IV – o filme que transformou Rocky, e por arrasto Sylvester Stallone, numa lenda – o novo franchise inspirado nessa figura mítica do boxe de Philadelphia recupera o espírito, a emoção e o enredo original.
Ainda antes de qualquer consideração sobre o argumento, os desempenhos ou a realização do filme, todo o mérito e louvor para o reponsável por recuperar Ivan Drago para a saga. Mesmo antes de começar, Creed II já era um sucesso por toda a carga emocional que o regresso de Dolph Lundgren garantia para a saga. E, pode muito bem não ficar por aqui!
Adonis (Michael B. Jordan) é, agora, um pugilista bem sucedido. A estabilidade emocional, garantida pela sua relação com Bianca (Tessa Thompson), e a estabilidade desportiva fruto do trabalho com Rocky, tornaram-no num campeão. Mas o passado teima em não o largar, quando Viktor Drago (Florian Munteanu), filho de Ivan, o desafia para um combate. A faísca acendeu o rastilho e…
Há uma certa sensação de déjà vu durante todo o filme. Certamente propositada a “colagem” ao enredo das sequelas de Rocky mas, em nosso entender, ligeiramente exagerado para um franchise que teve o seu (re)começo com um filme repleto de originalidade e frescura. Emocionalmente esta sequela supera largamente o seu antecessor, mas Creed tinha o poder da incerteza, da dúvida, da novidade.
Steven Caple Jr. fez o seu papel mas fica a clara sensação que a saga pertence a Ryan Coogler. O realizador de Black Panther permanece ligado ao franchise e não seria surpresa alguma se não regressasse para fechar a trilogia (independentemente de se concretizar ou não o spin-off de Ivan Drago). Coogler é, de facto, um realizador superlativo e Creed III merece-o!
Stallone terá anunciado que esta seria a sua última participação como Rocky Balboa. Pessoalmente tenho dificuldade em aceitar acreditar nesta afirmação, especialmente quando o regresso de velhos “inimigos” chama, mais do que nunca, por ele.
Emocionalmente poderoso, faltou alguma racionalidade e imaginação para permitir que a sequela superasse o título original.
Creed voltará, certamente. Com novos e velhos desafios. Com novos e velhos protagonistas. Venha de lá o 8º filme da saga!