Em Janeiro, nos cinemas…
Ano Novo, Estreias Novas.
Aqui fica, a nossa seleção para o primeiro mês de 2019!
Começamos o ano em grande, grande forma. E estilo! Robert Redford despede-se da 7ª arte, pelo menos como protagonista, com um desempenho nomeado ao Golden Globe de Melhor Ator. A história de vida de Forrest Tucker, o sedutor septagenário cujos audiciosos assaltos encantaram o público e enervaram a polícia no interior norte-americano na década de 70, parece encaixar que nem uma luva no epílogo da inesquecível carreira do ator californiano. Sissy Spacek e Casey Affleck acompanham Redford nesta sua última aventura que promete charme, bom humor, romance e tremenda nostalgia! Depois deste THE OLD MAN & THE GUN, 2019 não voltará ser o mesmo.
Se os 80 anos de Redford parecem difíceis de crer, que dizer os quase 90 de Clint Eastwood? O veterano ator e realizador norte-americano tem andado mais “tranquilo” mas isso não o impossibilitou de voltar a protagonizar um filme, 6 anos depois de Trouble with the Curve. Não bastasse, Clint é também o realizador, algo que não acontecia desde o precioso Gran Torino, em 2008. Tremenda longevidade, perspicácia e talento de um senhor que continua a cimentar um legado incrível. Desta vez, conta a história verídica(!!!) de um octogenário que se tornou correio de droga de um cartel mexicano de forma a pagar as dívidas da família. THE MULE conta ainda com Bradley Cooper, Michael Peña, Andy Garcia, Laurence Fishburne, Taissa Farmiga e Alison Eastwood. Enormes expetativas, naturalmente.
Dos cavalheiros para as damas. E logo a dobrar. Saoirse Ronan e Margot Robbie são as protagonistas de MARY, QUEEN OF SCOTS, num retrato intemporal da primas de dividirem um reino. Ronan, desepenha o papel de Mary Stuart, a aristocrata escocesa que lutou pela independência do seu povo durante quase uma década enquanto Robbie é Elizabeth I, também conhecida como a Rainha Virgem, que nos quase 50 anos do seu reinado cultivou uma imagem de retidão e determinação. Primas em primeiro grau, as duas damas respeitavam-se e temiam-se na mesma proporção mas vivia-se uma era diferente na atual, na qual as intrigas palacianas se resolviam nos campos de batalha. E, assim, se (re)escreveu a história da Grã-Bretanha.
Avançamos na escala, até Nicole Kidman. Nos últimos tempos a atriz australiana tem dividido o seu tempo entre a TV e o cinema, mas volta, 16 anos depois do Oscar por The Hours, a captar a plena atenção dos cinéfilos com um desempenho arrebatador neste DESTROYER. O filme de Karyn Kusama promete uma Kidman irreconhecível… e em grande forma! O sucesso do seu percurso pelos festivais norte-americanos garantiu, à sua protagonista, uma nomeação aos Golden Globes e a possibilidade de chegar a um público bem mais vasto. História de vingança e redenção, o filme tem como epicentro a detetive Erin Bell. Muito nova, a agente infiltrou-se num perigoso gang californiano, ao ponto de deixar profundas sequelas no seu futuro. Anos mais tarde, feridas serão reabertas, e as consequências totalmente inesperadas.
Continuamos no feminino e de regresso às histórias verídicas. Felicity Jones (The Theory of Everything, Rogue One) é a senhora que se segue e a jovem atriz parece não conseguir afastar-se das luzes da ribalta. Ruth Bader Ginsburg é a lenda viva do sistema judicial norte-americano, responsável por nova onda de comoção em torno na atriz inglesa. Mimi Leder assume a realização de um filme que promete meter o dedo na ferida de um povo que proclama a democracia e a igualdade, mas que, tal como todos, tem também os seus telhados de vidro. A acompanhar a atriz britânica neste ON THE BASIS OF SEX encontramos Armie Hammer, Justin Theroux e a veterana Kathy Bates. Promete!
Prosseguimos na senda dos Oscars, com mais uma história verídica. Don Shirley e Tony Vallelonga podem não ser duas figuras incontornáveis na História (norte-americana) de meados do século passado, mas a sua história é incrivelmente reveladora do estado de um país, e do longo processo de integração que este atravessa/ou. GREEN BOOK é dos filmes mais admirados desta temporada dos prémios e não é apenas pela presença de Viggo Mortensen e Mahershala Ali. A história do pianista negro e do motorista branco que percorrem o interior sul norte-americano em plena década de 60, revela muito mais do que o preconceito e as barreiras (invisíveis) que separam dois seres humanos que pouco mais têm em comum do que a sua… humanidade. Um filme para descobrir muito do que são hoje os EUA e o Mundo.
Ainda a propósito dos Oscars, Janeiro é, também, mês da estreia de um dos mais mediáticos candidatos ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Da Dinamarca, chega-nos DEN SKYLDIGE, um eletrizante thriller sobre um homem, polícia de profissão, que após receber uma chamada de urgência de uma vítima de rapto, não vai olhar a meios até encontrar o Culpado. Cinema independente europeu que parte de uma grande mas simples ideia e a desenvolve com mestreia e precisão. Tensão, incerteza e a certeza de uma grande filme. Gustav Möller, realizador e argumentista do fime, pode ser um desconhecido do público (em geral), mas não será por muito mais tempo.
Por entre os “filmes dos Oscars” há uma programação contra-corrente que garante, ao espetadores, diversidade, alternativas e a ausência de desculpas para não ir ao cinema. INSTANT FAMILY é a comédia que promete aquecer os nossos corações e fazer doer os maxilares este mês. Mark Wahlberg e Rose Byrne são a dupla que se segue, numa aventura familiar sobre um casal que, sem filhos, decide adotar uma duas três crianças, ao mesmo tempo. Pete e Ellie desejavam ser pais… e o seu desejo foi concedido, da forma mais bruta e realista possível. Mas, igualmente, deliciosa, única e mágica! Um filme para toda a família que garante umas boas gargalhadas, a riqueza de uma história ternurenta e 2h de saudades… de casa.
De um extremo ao outro! Fechamos com GLASS, a sequela de Unbreakable e Split. Está prometida a redenção absoluta de M. Night Shyamalan, com o público e com a crítica, depois de uma longa travessia do deserto. O realizador de origem indiana que foi, no início do século, o mais idolatrada cineasta no ativo, voltou a encontrar o rumo e presenteia os seus fãs (novos e antigos) com a mais aguardada sequela dos últimos anos. Bruce Willis, Samuel L. Jackson, James McAvoy e Anya Taylor-Joy estão de regresso aos seus amados papéis, enquanto Sarah Paulson promete marcar o ritmo, pelo menos no início do filme. É difícil esperar menos do que um fantástico (em todos os significados da palavra!) filme!
O Cavalheiro com Arma, Correio de Droga, Destroyer – Ajuste de Contas, Maria Rainha dos Escoceses, Família Instantânea e Glass são distribuídos pela NOS Audiovisuais.
Uma Luta Desigual e Green Book – Um Guia Para a Vida são distribuídos pela PRIS Audiovisuais.
O Culpado é distribuído pela Films4You.
Família Instantânea: 4*
Foi a minha primeira ida ao cinema e gostei bastante, é deveras emotivo.
Cumprimentos, Frederico Daniel.