“O Que de Verdade Importa (The Healer)” de Paco Arango
Com o final do ano e a preocupação em “arrumar a casa”, recuperamos dois filmes cujas críticas que por esta ou aquela razão, ficaram suspensas nas últimas semanas,
Primeiro temos The Healer, um filme recheado de boas intenções, tanto em termos narrativos como comerciais, mas que acaba por ser refém das suas próprias limitações.
Inicialmente não aparentava ser muito mais do que uma modesta comédia romântica ao bom estilo boy meets girl… e depois descobre que é descendente de uma família de curandeiros. Aliás mesmo até ao segundo final, o filme de Paco Arango não é muito diferente disso e cumpre… os serviços mínimos.
A situação muda essencialmente de figura com o epílogo final. A metáfora que acompanha o subplot do filme, transforma-se em algo (mais ou menos) real, revelando uma segunda intenção – que na realidade era mesmo a primeira – bem mais séria e relevante. Não querendo adiantar em demasia, bastará afirmar que Arango é um reconhecido filantropo.
Sim, há no cinema motivações que vão para além da 7ª arte. The Healer é uma obra recheada de boas intenções e nesse aspeto não há como lhe retirar mérito. Já do ponto de vista cinematográfico deixa um pouco a desejar. A história merecia outro cuidado e detalhe e a narrativa mais emotividade e coerência.
Alec (Oliver Jackson-Cohen) sente-se só e desiludido com a vida quando um parente afastado (Jonathan Pryce) o convida a passar uma temporada na sua casa na Nova Escócia, para além de lhe liquidar todas as suas dívidas. Primeiro Cecilia (Camilla Luddington) e depois Abigail (Kaitlyn Bernard) irão-no obrigar a repensar as suas prioridades e a tomar decisões irreversíveis para a sua vida, numa altura em que ele estaria tudo, menos preparada para tanta responsabilidade.
Acaba por ser um bocadinho lamechas, é verdade, mas tudo por uma boa causa!!