“Família Instantânea (Instant Family)” de Sean Anders
Há duas questões latentes neste Instant Family. Há uma incrível lacuna ao nível das comédias nas salas de cinema (nacionais). E, o filme é a perfeita definição de contra-programa, numa altura em que os “filmes dos Oscars” inundam os nossos cinemas.
Dito isto, é quase impossível não sair da sala com o espírito bem elevado e um sorriso nos lábios. E nem é preciso ter uns pirralhos em casa para perceber a mensagem principal da história.
Essa, aliás, é uma das grandes revelações deste filme. Bem humorado e divertido, o enredo revela-se bem mais sério e contundente do que seria expectável à partida, fruto de um misto de ternura e afeto que ultrapassa géneros ou temáticas.
Baseado numa história verídica, do próprio realizador Sean Anders, a comédia gira em torno de um casal bem sucedido que opta por colmatar uma (a maior?!?) lacuna das suas vidas, ao adoptar uma duas três crianças de uma assentada! Nunca ninguém poderia imaginar que um assunto tão sensível, como os lares de acolhimento, poderia gerar tantas e tão boas gargalhadas.
Foi o o próprio Sean Anders que assumiu que o argumento não se cinge à sua experiência pessoal, mas, é sim, uma junção das histórias de muitas das pessoas que conheceu ao longo da sua intensa descoberta pela parentalidade. De qualquer das formas, para além do entretenimento, Instant Family é uma lição de vida para todos nós!
Pete e Ellie (Mark Wahlberg e Rose Byrne, respetivamente) tem um negócio de sucesso, uma vida plena e um futuro risonho. Mas, há algo especial que lhes falta, um filho. Sem saber bem como, o casal é tentado a adotar uma criança… e quando se apaixonam por 3 irmãos há muito identificado pelo “sistema”, estariam MUITO LONGE de imaginar o que os esperava.
Na prática este Instant Family é uma verdadeira comédia romântica. Ainda que com um amor, diferente do habitual. Um Amor incondicional, generoso, indisfarçável e doloroso. Um Amor difícil de explicar e, em certa medida, difícil de entender mas a todos os níveis inquestionável.
E rimos muito. Às vezes, por ventura, para disfarçar um qualquer prurido ocular mas sempre sincero e bem intencionado.
Foi bom.
Muito bom até, em alguns momentos!
Eu fui logo vê-lo na semana de estreia, é bastante bom 4*