“Como Treinares o Teu Dragão: O Mundo Secreto (How to Train Your Dragon: The Hidden World)” de Dean DeBlois
Está lá bem alto, no patamar das melhores trilogias do cinema de animação, de sempre!
O fenómeno How to Train Your Dragon resume-se em três frases: O segundo filme é melhor do que o primeiro. O terceiro filme é melhor do que o segundo. O primeiro é muito bom!
Pode ser deveras apetecível mas, por favor, não façam mais filmes da saga. Ou pelo menos deem-nos uns bons 10 anos para apreciarmos, ao máximo, o que de extraordinário foi feito.
Efetivamente já devíamos estar à espera – que nos surpreendesse – mas, ainda assim, o filme superou largamente as expetativas. Visualmente, emotividade, narrativamente e inteligentemente supera prognósticos e descansa, por agora, como o melhor filme de animação do Ano. E um dos melhores de sempre.
Palavras profundamente sentidas e ponderadas, podemos garantir. A saga How to Train Your Dragon equilibra como poucas no cinema de animação a atratividade para pequenos e graúdos e fá-lo com segurança e qualidade. Nada é fácil, dúbio ou desleixado. Dean DeBlois pode estar profundamente orgulhoso do que fez e mesmo o filme não tendo o impacto mediático de outros filmes de animação deste ano (estreados e por estrear), a sua qualidade intrínseca superará a larguíssima maioria, senão todos.
Hiccup e Toothless estão mais amigos que nunca à medida que o jovem viking assume cada vez mais a liderança do seu povo e que o Fúria da Noite controla predadores e a sempre divertida relação entre humanos e dragões.
Mas essa harmonia será posta à prova quando surge misteriosamente na aldeia uma fêmea da mesma raça do temível dragão. E as surpresas não se ficarão por aqui.
Perigos nunca antes imagináveis obrigarão os nossos protagonistas a tomar decisões fulcrais na vida de todos os habitantes da aldeia: vikings e dragões.
Tudo feito com coerência e bom gosto, sem lugar a opções estapafúrdias ou soluções milagrosas.
Sobretudo há uma humanização sentida dos dilemas e problemas dos nossos protagonistas. Podem ser simples figuras de um filme de animação, ou uma analogia delicada da sociedade atual. A idade do espetador assim o dirá.
O mais incrível é que, para além disso, também a nível visual o filme é irrepreensível. Sem exageros ou saltos narrativos, a saga consegue evoluir, acrescentar, explorar novos mundos e novos cenários. Hiccup e Toothless permanecem o centro da ação… mas tudo à sua volta é, igualmente, maravilhoso.
E depois temos aquela última cena, a rematar toda uma trilogia. A cereja no topo do bolo. O culminar de uma história fantástica. A simplicidade do cinema… e da vida em 2m.
Sem pretensiosismos a saga construir um legado que perdurará, bem para lá da próxima edição dos Oscars!
Tudo isto, depois de assistir à versão dobrada.
Imaginem se fosse a original?!?!
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