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“Nós (Us)” de Jordan Peele

O único senão é que o final não nos convenceu.

À parte desse “detalhe”, US é um filme de terror e suspense, de primeira água!

Durante 90% do filme, o mais recente pesadelo de Jordan Peele supera o seu antecessor (Get Out) em termos de ação, dinâmica e sustos! É verdade que a dada altura, sente-se o filme a fugir para algo mais recorrente e banal nos cinemas de terror (nomeadamente as sagas Scream e similares) mas rapidamente Peele retoma pleno controlo da ação e leva-nos para locais nunca antes explorados!

E é, verdadeiramente, de arrepiar a espinha!

Muitas vezes, o filme é desconcertante, incómodo e até violento. Somos mantidos na ignorância durante a larga maioria do tempo, mesmo quando o filme já se encontra em modo destruição. A contagem de corpos acumula-se, as motivações começam a parecer estranhas mas a coerência mantém-se em níveis aceitáveis (para o género).

E, até a explicação preparada por Peele tem o seu quê de desafiante mas inteligível. Já quanto ao twist final, mesmo alguns dias passados, continuo sem conseguir aceitar o rumo encontrado. Talvez – e isto é um ‘talvez’ sincero mas desconfiado – uma possível sequela esteja na calha para dar (maior) coerência ao sucedido.

A família Wilson está de regresso à sua casa de férias para um merecido descanso. Adelaide, Gabe, Zora e Jason esperam recarregar baterias, ainda que a matriarca cedo demonstre um certo desconforto pelo local escolhido, especialmente a praia local que lhe marcou a infância.
Até que uma bela noite, quadro indivíduos peculiares invadem a propriedade da família, apenas para revelar o início de algo verdadeiramente assustador.

De todos os elogios (e críticas), aquele que surjam com maior consenso é o relativo ao desempenho de Lupita Nyong’o. Com ou sem tesoura, coelhos brancos, arma em punho ou macacão vermelho, a jovem vencedora de um Oscar arranca uma interpretação memorável, ao quadrado. Intensa, imprevisível, desconcertante, a justificar, só por si, o preço do bilhete.

Naturalmente que Us, não será para todos. Os amantes do género dificilmente não apreciarão o efeito, a narrativa e o sarcasmo de grande parte das cenas.
Nós, sentimo-nos algo defraudados, por um desenlace sensaborão, estranho e que algo frágil e incoerente.

Oxalá tenhamos, mesmo, direito a uma esclarecedora sequela!

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  1. Eu amei o filme, é uma obra-prima e deixou-me a falar sobre ele durante o dia inteiro depois de o ter visto.

  2. Maria Pereira diz:

    Concordo plenamente. Teria sido perfeito se o final não tivesse estragado tudo. E a banda sonora, fabulosa, adequado ao clima de suspense

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