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“Vingança Perfeita (Cold Pursuit)” de Hans Petter Moland

Liam Neeson.

É incrível o que o ator norte-irlandês fez com a sua carreira. As novas gerações – especialmente aquelas que cresceram a ver Taken no pequeno ecrã – dificilmente saberão de onde vem este senhor do cinema.

Há muito por onde escolher – Michael Collins, Batman Begins, The Phantom Menace – mas Shindler’s List ficará destacamente como o exemplo maior da sua carreira. E depois chegamos a 2008. Pierre Morel convence Neeson a experimentar o seu skill set e o cinema de ação nunca mais foi o mesmo.

Numa indústria que busca incessantemente pela próxima estrela, pelo próximo action hero, foi o início de uma revolução quando já para lá dos 50 anos, Neeson se tornou num herói (e logo dos melhores) dos filmes de ação. Naturalmente que o seu ar austero e distante e a sua compleição física facilitaram o processo mas não deixou de ser surpreendente. Especialmente depois do norte-irlandês assumir o papel e encarreirar um sem número de filmes do género.

O preâmbulo foi extenso, mas ajuda a perceber, com maior facilidade, como chegámos a Cold Pursuit. Rodado nas gélidas terras altas que circundam a cidade de Denver, Colorado, o filme vive, em exclusivo, do carisma e talento do seu protagonismo. Vá lá, e das paisagens brancas que marcam a larga maioria das suas cenas chave.

Mesmo correndo o risco de se revelar algo repetitivo e previsível, o filme do norueguês Hans Petter Moland tem o ónus de entreter o seu público – naturalmente os apreciadores dos filmes série B – e de cumprir com os serviços mínimos. E um pouco mais.

Argumento inteligente e coerente, mesmo cometendo alguns atropelos. Boas cenas de ação. Um protagonista em plena forma, apesar do passar dos anos. Um conjunto de pequenas histórias paralelas que se interligam com competência. E o já referido enquadramento paisagístico que ao longo de décadas vem contribuído para o que de melhor se faz dentro do género cinematográfico.

Confesso a minha especial predileção pelos cenários gélidos das Rocky Mountains norte-americanas e similares, especialmente no que aos filmes de ação diz respeito. São muitos e variados os exemplos, de Fargo a The Hateful Eight, de The Grey a Raven, de Cliffhanger a Wind River. Cada um com os seus atributos mas todos maximizando o seu impacto e relevância graças ao inóspito e angelical cenário proporcionado pela neve, pela gelo, pelo branco imaculado.

Quanta à história. Um pai (Neeson) tenta descobrir a causa da morte do seu filho, um rapaz pacato e trabalhador. O que encontrará, irá ultrapassar as suas expetativas. O que não quer dizer que o determinado limpador de neve não seja capaz de… os matar a todos.

E é tudo que precisamos para 2h de cinema bem passadas.

É verdade que ficamos com a nítida sensação que já vimos tudo aquilo em algum lado.
Mas é Liam Neesson, meus caros. E ele nunca nos deixaria ficar mal.

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